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29 de junho de 2017

Temer nomeia titular do MPF que faz oposição a Rodrigo Janot

Na busca de encontrar meios para manter-se no poder, o presidente Michel Temer quebrou uma rotina na escolha de quem nomear para o cargo de procurador-geral da República. Há vários anos que quando chega ao fim o mandato do titular da Procuradoria-Geral da República (PGR), sempre a escolha tem recaído no mais votado da lista tríplice que é encaminhada ao presidente da República pela Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR). O mandato do atual titular, Rodrigo Janot, termina no dia 17 de setembro. Na eleição realizada pela ANPR os três mais votados foram os procuradores foram: Nicolau Dino, com 621 votos; Raquel Dodge, com 587; e Mario Bonsaglia, com 564. Ocorre que Michel Temer anunciou que nomeará a atual subprocuradora-geral Raquel Dodge, segunda mais votada, para chefiar o Ministério Público Federal (MPF). Ela tem como característica ser opositora de Rodrigo Janot, com quem o presidente Temer está em luta aberta depois de o procurador-geral tê-lo denunciado ao Supremo Tribunal Federal (STF) pela prática de crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e obstrução da Justiça;

Raquel Dodge será sabatina no Senado Federal, onde certamente será aprovada não só pela maioria que Temer tem naquela Casa Legislativa, mas também porque a grande quantidade senadores e deputados envolvidos na Operação Lava-Jato entende que ficará livre do rigor que Rodrigo Junot vem utilizando em cada caso de corrupção. Além do desagrado que a escolha causou na ANPR, o passado da futura procuradora-geral não tem história de que ela seja chegada a acertos de interesses políticos, além de ser bastante rigorosa em casos de improbidade administrativa, sendo mais famoso o caso da Operação Pandora que resultou na prisão do então governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda. Sendo assim, não será surpresa se Raquel Dodge, que tem elevado saber jurídico além de bastante experiência em julgamentos continue a tirar o sono de políticos corruptos, que são muitos. Entre eles está Michel Temer.

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