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22 de janeiro de 2017

O acidente que matou o ministro Zavascki tem de ser totalmente apurado

A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, estuda a possibilidade de homologar as 77 delações premiadas de executivos da Odebrecht que envolvem políticos com foro privilegiado. A homologação, que dá autorização para a Justiça, o Ministério Público Federal (MPF) e a Polícia Federal (PF) executarem os depoimentos nas investigações da Lava Jato estava nas mãos do ministro Teori Zavascki, morto na última quinta-feira. Cármen Lúcia tem duas opções: a primeira, é ela mesma liberar as delações para a Lava Jato até o próximo dia 31, último dia de recesso do STF. A outra medida é esperar o fim do recesso e fazer a distribuição da relatoria da Lava-Jato entre os ministros;
O ministro do Supremo Gilmar Mendes defende que o futuro relator da Lava-Jato seja o ministro que será nomeado pelo presidente Temer como substituto do ministro Teori Zavascki. Para Gilmar, a distribuição de uma relatoria entre os ministros que já compõem a Corte deveria se restringir a processos de urgência. Na interpretação dele, essa urgência não se aplica à Lava-Jato. Neste sábado, o presidente Michel Temer, na tentativa de afastar as especulações sobre uma eventual interferência do governo na Lava-Jato, afirmou que só vai nomear o ministro que substituirá Teori Zavascki no STF após a escolha do relator das delações da Odebrecht;
Uma pesquisa divulgada pelo Instituto Paraná, realizada por meio de questionário online com 2800 pessoas, mostra que 83,1% dos entrevistados acreditam que a morte do ministro Teori Zavascki foi resultado de sabotagem ao avião. A pesquisa foi realizada quinta e sexta-feira últimas. Os que acreditam que a queda da aeronave no mar de Paraty foi um acidente somam 15,6%. O instituto perguntou também se o juiz Sergio Moro, que coordena a Lava-Jato, seria o nome ideal para substituir o ministro Teori Zavascki no Supremo. Apenas 31,1% dos entrevistados foram favoráveis à nomeação de Moro pelo presidente Temer, e 65% foram contra. A maioria dos que são contra, contudo, declararam ter receio de que a Operação-Lava Jato não prossiga sem Moro, que trabalha com processos de nomes sem foro privilegiado, como empresários e políticos sem mandato. Pelas dúvidas suscitadas e até pelas declarações de Francisco Zavascki, filho do ministro falecido, relatando ameaças anteriores ao acidente, é conveniente que tudo seja apurado a fundo, nos mínimos detalhes.

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