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1 de novembro de 2016

Resultado da eleição fez muita gente declarar coisas esdrúxulas

Alguns candidatos que disputaram o segundo turno da eleição para prefeito andaram dizendo coisas que parecem indicar uma forte alteração da capacidade de raciocínio deles. "Nós vencemos esta eleição. Vencemos, porque nossa vida não é só contar votos". O leitor em pleno gozo de suas faculdades mentais terá certeza de que essas palavras foram ditas por Marcelo Crivella, que se elegeu prefeito do Rio de Janeiro. Engana-se, porque a declaração é do candidato derrotado, Marcelo Freixo. Aí, a imprensa divulga uma outra declaração de alguém importante na disputa: "Falei agora com o novo prefeito eleito do Rio, parabenizei-o pela vitória, desejando todo sucesso na honrosa função". Quem falou isso? Marcelo Freixo seria a resposta lógica. Não foi ele, mas sim o atual prefeito, Eduardo Paes. Ao contrário do que seria de boa educação política, Freixo quando lhe perguntaram se havia cumprimentado Crivella pela vitória, respondeu: "Por que ligaria? Esse é um protocolo muito hipócrita. Eu não ligava antes da eleição para ele", que ainda disse mais alguma palavras em tom agressivo, bem diferentes das de Crivella quando declarou: "A eleição acabou quando os trabalhos foram concluídos";

As citações esdrúxulas de Marcello Freixo têm explicação. É que a cabeça dele está rodando a mil por hora. Ele é deputado estadual com a maior votação individual no Brasil nas eleições de 2014. Freixo afirmou em recente entrevista que seu ciclo na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) termina no dia 31 de dezembro de 2018. Com mais de 1 milhão e 100 mil votos, é considerado pelos considerado por cientistas e comentaristas políticos como tendo garantida uma eleição para deputado federal, com possibilidade ainda de sobrar votos para aumentar o Quociente Eleitoral do PSOL e aumentar a bancada do partido na Câmara dos Deputados. Como em 2018 serão eleitos dois senadores, Marcelo Freixo poderia tentar uma vaga no Senado Federal garantindo oito anos de mandato, podendo se credenciar a pleitear o Governo do Estado ou mesmo tentar mais uma vez eleger-se prefeito. Seja como for, Freixo precisa de um mandato eletivo para manter o direito à segurança que o Estado lhe proporciona em face de possíveis ações de vingança de milicianos contra ele por causa das prisões de muitos deles em razão da CPI que presidiu. Se for por isso, ele está em parte perdoado.

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