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14 de novembro de 2016

Governador Pezão disse que não tinha Plano B, mas já inventou um

O governador Pezão havia declarado não ter um Plano B para substituir o "pacote de Maldades" que criou na semana passada, mas apareceu um Plano quase B. Em meio à crise financeira, o Governo Estadual credenciou, só nos 11 primeiros dias de novembro, 874 policiais militares para aplicar multas de trânsito. A quantidade equivale ao efetivo de um batalhão de grande porte da corporação, como o 7º BPM, localizado em São Gonçalo. Segundo dados publicados nos boletins da PM dos dias 1º, 4, 7, 9 e 11 deste mês, PMs de 24 unidades, entre batalhões de todo o Estado, e até de oito UPPs, estão autorizados a portar talonários para lavrar infrações;

Segundo o coronel reformado da PM de São Paulo e ex-secretário nacional de Segurança Pública, José Vicente da Silva Filho, o Estado está fazendo um esforço arrecadatório ao autorizar PMs a multar. Ele esclarece que em São Paulo, só dois batalhões especializados têm PMs autorizados a multar. "Se não há um programa sério de combate à violência no trânsito, o que há é um esforço para arrecadar em tempo de crise. Isso configura um desvio da função da PM, responsável pelo policiamento ostensivo", afirma o especialista;

Já o coronel da reserva da PM do Rio, Paulo César Lopes, afirma que a Polícia Militar deveria ter foco exclusivo na prevenção de crimes. "O aumento da violência no Estado recomenda que a PM tenha foco exclusivo na prevenção de crimes, não em infrações de trânsito que, em regra, são atribuição municipal. Sem contar que o credenciamento em massa para atuar no trânsito também é temerário, porque instrumentaliza os PMs para constrangerem motoristas com fins de locupletação", disse o coronel Lopes.

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