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7 de abril de 2016

Na compra de votos, ninguém confia em ninguém

A coerência é algo que não está no dicionário de Lula, de Dilma nem do PT. Tudo que um dia alguém diz, no outro pode não estar mais valendo e até são capazes de afirmar que nunca disseram aquilo que acabaram de dizer. Isso quando estão em plena calmaria. Agora, com todos os eventos políticos que fazem Dilma correr risco de ser afastada da Presidência da República e com Lula sob ameaça até de ser preso por causa de seu envolvimento com a Operação Lava-Jato, eles andam tropeçando nas próprias pernas. O advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, alegou que as chamadas pedaladas fiscais não ocorreram, mas quer que o vice-presidente Michel Temer de tê-las praticado quando exerceu interinamente o cargo de presidente. Como assim? Ou houve ou não houve pedaladas;

Com a saída do PMDB da base parlamentar do Governo, Dilma entregou a Lula a gerência do "balcão de empregos" que oferece ministérios e cerca de 600 cargos comissionados de segundo e terceiro escalões em troca de votos que garantam a não aprovação do impeachment da presidente. Os principais "clientes" são os partidos do chamado baixo clero. Com a decisão de Dilma de esperar o resultado da votação pela comissão especial sobre seu afastamento, por causa da repercussão negativa sobre a distribuição de cargos, ela trouxe para muitos a ideia de que não confia na palavra dos parlamentares, agindo como aqueles antigos coronéis do passado, que prometiam um par de botas aos peões em troca de voto, mas entregavam somente um pé, prometendo completar o calçado de acordo com o resultado da eleição, ou seja, só entrega a "mercadoria" se confirmar o pagamento;

Com tantas indecisões e incoerências, qual a garantia que os parlamentares "comprados" têm de que se Dilma escapar do impeachment não lhes tomará o cargos devolvendo-os principalmente aos peemedebistas que se mantiveram fieis nas votações? Concluímos que tem razão o ministro Luís Roberto Barroso. Causa mesmo muita tristeza olhar para o quadro político atual. Seja por qual meio for, o povo tem que exigir mudanças. Piorar é que não pode.

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