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9 de dezembro de 2015

Impeachment: Baixaria na Câmara na derrota de Dilma

  • O noticiário político está dominado pelo resultado da eleição pela Câmara dos Deputados da comissão que apresentará ao plenário parecer sobre o pedido de impeachment da presidente Dilma. Depois de uma longa discussão sobre a forma de votação, se aberta ou secreta, o presidente da Casa, Eduardo Cunha, definiu que o voto seria secreto e deu início à votação. Foi o que bastou para os governistas darem início a uma baderna que proporcionou momentos de total baixaria, com dedos em riste, empurrões e até cabeçada, culminando com a quebra de dez das 14 urnas eletrônicas. Tudo aconteceu porque os governistas queriam a qualquer custo evitar uma derrota que esperavam. O placar foi de 272 votos na chapa oposicionista contra 199 da governista;
  • A partir de agora, o assunto entra numa espécie de túnel sem luz, pois tudo pode acontecer. A oposição, para afastar Dilma, precisa de mais 70 votos. Já o Governo minimiza o resultado porque precisa de 172 votos para evitar o impeachment da presidente afirmando que que um saldo de 27. Não há nenhuma dúvida sobre os recursos que tem para garantir sua margem de segurança: liberação de emendas parlamentares e cargos de escalões inferiores. A prova é que até dois ministérios Dilma ofereceu ao PMDB para que o partido não se dividisse, como aconteceu. Mas a oposição tem também o seu trunfo: as pesquisas apontado um percentual bastante elevados de eleitores favoráveis ao afastamento da presidente. Pressionados em suas bases, deputados mudarão certamente de posição, pois muitos deles são pré-candidatos a prefeito ou apoiam candidatos em cidades dos estados que representam;
  • É bom lembrar que isso é só o início do processo, cujo julgamento é no Senado Federal, transformado em tribunal, em sessão presidida pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ricardo Lewandowski. No Senado o Governo tem maioria mais ampla do que na Câmara, mas as pesquisas e a pressão popular também poderão ser fatores decisivos. A verdade é que tudo isso vai servir para dividir as atenções com Papai Noel. Nem Governo nem oposição tem motivos para festejar qualquer coisa. Tudo indica que o final aconteça quando o carnaval chegar. Uma pergunta: alguém vai pagar pela danificação das urnas? Espero respostas.

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