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28 de fevereiro de 2014

'Bancada petista' do Supremo muda tudo e absolve mensaleiros do PT

Roberto Barroso
Pouco depois de assumir o governo da Venezuela e depois de obter apoio de cerca de 60% da população num plebiscito, o falecido presidente Hugo Chávez simplesmente dissolveu o Tribunal Superior do país e o remontou com todos os seus integrantes seguindo sua cartilha de 'quase ditador'. Os novos 'magistrados' só pronunciavam sentenças que fossem do interesse do caudilho, algumas delas altamente absurdas. Por aqui, no Supremo Tribunal Federal (STF), essa "maioria de circunstância", como disse o ministro Joaquim Barbosa, é disfarçada. Com a aposentadoria de dois ministros que haviam condenado os mensaleiros (Cezar Peluzo e Ayres Brito), os substitutos indicados e nomeados pela presidente Dilma Rousseff se juntaram à bancada 'petista' da Corte, composta de quatro ministros (Ricardo Lewandowski, Dia Toffoli, Carmem Lúcia e Rosa Weber), os dois novatos (Roberto Barroso e Teori Zavaski) formaram uma 'bancada' de seis, que formam uma maioria entre os 11 que compõem o STF. E assim, com esse 'rolo compressor' disfarçado e usando argumentações nitidamente políticas, acabaram por absolver nada menos que oito mensaleiros do crime de formação de quadrilha, dando a entender que uma quadrilha somente se configura quando um bando se reúne num porão e decide roubar e assaltar;
Teori Zavaski

Esta semana a nação viu estarrecida que "maioria de circunstância" foi montada com o propósito de diminuir o impacto que a condenação dos mensaleiros do PT na campanha pela reeleição de Dilma Rousseff, uma vez que fatalmente o assunto vai ser trazido para os palanques, em especial nos horários obrigatórios da TV e rádio, bem como nos debates que vão acontecer. Seja como for, os candidatos oposicionistas não deixarão o assunto de lado. Figurões do PT estarão atrás das grades no período da campanha, se bem que o PT também poderá ter o nome do ex-deputado Eduardo Azeredo, do PSDB de Minas Gerais, também às voltas com possível julgamento do 'Mensalão do PSDB'. O que não vai faltar é 'caneladas' durante o jogo sucessório;

A se destacar, em meio a esse evento é essa formação atual do STF, que deu ao Governo e ao PT uma relativa tranquilidade para 'fazer o diabo' na campanha eleitoral, como disse um dia a presidente Dilma sobre como se comportaria quando chegasse a ocasião. Ela já vem fazendo isso desde quando Lula antecipou a pré-campanha para 2012. Agora, para que haja uma possibilidade de o Brasil retomar um rumo mais democrático e menos ditatorial  é irônico que se veja no atual governo essa tendência , mas para isso terá que aparecer algum candidato que sensibilize o eleitorado com essa mensagem de mudança, o que anda muito difícil de ver hoje. No mais, é deixar nas mãos de Deus.

25 de fevereiro de 2014

Dilma apoia Maduro e prepara lei contra mascarados em manifestações

A oposição criticou no Congresso a conduta do governo brasileiro de não interferir na crise na Venezuela e cobrou uma reação mais firme do governo na defesa dos direitos humanos e da liberdade de imprensa na Venezuela.. O senador Álvaro Dias (PSDB-PR) disse: “O governo brasileiro deveria adotar uma postura altiva de condenação do arbítrio e da prepotência que há na Venezuela. Na direção da busca da paz, do restabelecimento dos direitos humanos que estão sendo violados inclusive com mortes, além de perseguição a jornalistas, censura, afronta brutal contra a liberdade de imprensa”. Essa reação foi provocada pela declaração da presidente Dilma feita em Bruxelas quando interpelada sobre a posição do Brasil relativamente aos conflitos diários naquele país, quando ela afirmou: “Não cabe ao Brasil discutir a história da Venezuela, nem o que a Venezuela deve fazer, porque isso seria contra o que nós defendemos em termos de política externa. Nós não nos manifestamos, a não ser em fóruns adequados, não nos manifestamos sobre uma situação interna de nenhum país, não nos cabe isso. É muito melhor o diálogo, o consenso e a construção democrática, do que qualquer outro tipo de ruptura institucional. Com o caos vem toda a desconstrução econômica, social e política. Por isso que eu acho que no caso da Venezuela é distinto, você não tem uma situação igual a essa que aconteceu na Ucrânia”. Mesmo diante dessas críticas, o Ministério das Relações Exteriores reiterou a posição que já foi manifestada pelo Mercosul e pela Unasul, ou seja, de apoio às ações do presidente Nicolás Maduro;

O Democratas (DEM) informou que vai protocolar uma moção em defesa da liberdade de expressão na Venezuela para que seja votada pelo Congresso. Em nota, a presidente da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) condenou o tratamento hostil contra jornalistas e meios de comunicação venezuelanos e estrangeiros. Para a SIP, a censura desmascara o autoritarismo crescente do governo venezuelano. Por causa da crise e dos problemas com transporte na Venezuela, desde ontem a Embaixada do Brasil e o Consulado que funcionam em Caracas, começam a trabalhar em regime de plantão. O atendimento a brasileiros será estendido e o telefone de emergência vai funcionar todo o tempo. A União das Nações Sul-americanas (Unasul) emitiu nota rechaçando os recentes atos de violência. A Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) considera que em todos os momentos deve-se garantir o respeito à lei e à informação, bem como o pleno respeito a todos os direitos humanos;

A oposição criticou no Congresso a conduta do governo brasileiro de não interferir na crise na Venezuela e cobrou uma reação mais firme do governo na defesa dos direitos humanos e da liberdade de imprensa na Venezuela.. O senador Álvaro Dias (PSDB-PR) disse: “O governo brasileiro deveria adotar uma postura altiva de condenação do arbítrio e da prepotência que há na Venezuela. Na direção da busca da paz, do restabelecimento dos direitos humanos que estão sendo violados inclusive com mortes, além de perseguição a jornalistas, censura, afronta brutal contra a liberdade de imprensa”. Essa reação foi provocada pela declaração da presidente Dilma feita em Bruxelas quando interpelada sobre a posição do Brasil relativamente aos conflitos diários naquele país, quando ela afirmou: “Não cabe ao Brasil discutir a história da Venezuela, nem o que a Venezuela deve fazer, porque isso seria contra o que nós defendemos em termos de política externa. Nós não nos manifestamos, a não ser em fóruns adequados, não nos manifestamos sobre uma situação interna de nenhum país, não nos cabe isso. É muito melhor o diálogo, o consenso e a construção democrática, do que qualquer outro tipo de ruptura institucional. Com o caos vem toda a desconstrução econômica, social e política. Por isso que eu acho que no caso da Venezuela é distinto, você não tem uma situação igual a essa que aconteceu na Ucrânia”. Mesmo diante dessas críticas, o Ministério das Relações Exteriores reiterou a posição que já foi manifestada pelo Mercosul e pela Unasul, ou seja, de apoio às ações do presidente Nicolás Maduro;

O Democratas (DEM) informou que vai protocolar uma moção em defesa da liberdade de expressão na Venezuela para que seja votada pelo Congresso. Em nota, a presidente da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) condenou o tratamento hostil contra jornalistas e meios de comunicação venezuelanos e estrangeiros. Para a SIP, a censura desmascara o autoritarismo crescente do governo venezuelano. Por causa da crise e dos problemas com transporte na Venezuela, desde ontem a Embaixada do Brasil e o Consulado que funcionam em Caracas, começam a trabalhar em regime de plantão. O atendimento a brasileiros será estendido e o telefone de emergência vai funcionar todo o tempo. A União das Nações Sul-americanas (Unasul) emitiu nota rechaçando os recentes atos de violência. A Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) considera que em todos os momentos deve-se garantir o respeito à lei e à informação, bem como o pleno respeito a todos os direitos humanos;

Parece que a presidente Dilma quis manter uma linha de coerência com o PT, seu partido, cujo presidente nacional, Rui Falcão, emitiu na semana passada a seguinte nota oficial:

O Partido dos Trabalhadores (PT), diante dos graves fatos que vêm ocorrendo na República Bolivariana da Venezuela, torna público o que segue:

1. Condenamos os fatos e ações com vistas a desestabilizar a ordem democrática na Venezuela; rechaçamos ainda as ações criminosas de grupos violentos como instrumentos de luta política, bem como as ações midiáticas que ameaçam a democracia, suas instituições e a vontade popular expressa através do voto. Lembramos que esta não é a primeira vez que a oposição se manifesta desta forma, o que torna ainda mais graves esses fatos.

2. Nos somamos à rede de solidariedade mundial para informar e mobilizar os povos do mundo em defesa da institucionalidade democrática na Venezuela, fortalecer a unidade e a integração de nossos povos.

3. Nos solidarizamos aos familiares das vítimas fatais fruto dos graves distúrbios provocados, certos de que o Governo Venezuelano está  empenhado na manutenção da paz e das plenas garantias a todos e todas cidadãos e cidadãs venezuelanas.

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse nesta segunda-feira que o projeto de lei que o governo enviará para o Congresso Nacional com regras para os protestos de rua obrigará manifestantes mascarados a se identificar caso isso seja exigido por policiais. O Ministério da Justiça encaminhou o projeto para análise da Casa Civil da Presidência da República. De acordo com o ministro, o projeto será levado à presidente Dilma Rousseff ainda nesta semana, para que depois disso vá ao Congresso. Segundo a assessoria de imprensa do Ministério da Justiça, o que vai configurar crime não será o uso da máscara, mas a recusa do manifestante de se identificar depois de abordado pela polícia. Parece, pelo que se viu em São Paulo, que virão dias quentes durante a Copa do Mundo.

21 de fevereiro de 2014

Os evangélicos, o PT e a crise na Venezuela

Mais uma vez transcrevo texto do Pastor Deneci Gonçalves da Rocha postado no seu perfil do Facebook, onde ele comenta a nota oficial emitida pelo presidente nacional do PT, Rui Falcão, de apoio ao presidente Maduro, da Venezuela, ilustrado com foto do blog 'Alerta Total', algo bastante preocupante, pois as ações do governo bolivariana daquele país implicam até em tiros contra manifestantes, algo que já resultou na morte de uma miss, um dos principais 'produtos' da Venezuela, depois do petróleo, e de um padre, ambos for fuzilamento por tropas ou milícias a serviço de Maduro, bem como a prisão do principal líder da oposição, o que provocou o aumento dos protestos. A seguir, o comentário de Deneci:


Este é o governo que temos! E pensar que pastores e líderes evangélicos votaram nessa corja que dirige o Brasil; inclusive pastores e líderes que se dizem reformados, verdadeiros evangélicos. Diariamente fico a pensar como é que evangélicos que se dizem de verdade (porque, de fato, há os de mentirinha), podem dar apoio a comunistas. Quem leia, ainda que só um pouquinho das obras de Karl Marx, pode ver claramente que comunismo á anti-Deus, anti-cristianismo e anti tudo que diga respeito ao Deus eterno e criador de todas as coisas. Evangélico que tenha dado ou dá apoio a esse tipo de gente deveria estar em prantos e de joelhos, pedindo perdão a Deus. Mas a verdade bíblica é que Deus perdoa, sim, mas as consequências do pecado sobrevêm sobre os pecadores e sobre os seus; foi assim com Davi que, mesmo perdoado por Deus devido aos pecados de homicídio e adultério, teve consequências drásticas sobre a sua pessoa e sobre a sua família. Não tenho dúvidas de que o artigo do Alerta Total fala de consequências que já estão vindo sobre nós devido ao pecado cometido. E essas consequências podem ser iguais às que os venezuelanos estão sofrendo com o seu governo déspota que, descaradamente, os dirigentes do Brasil, em nota oficial, chamaram e chamam de governo democrático. A cristãos que, porventura, queiram questionar esse comentário, argumentando que Israel era povo de Deus e com as demais nações é diferente, só gostaria de lembrar que o cristão, seja na igreja, em casa, no trabalho, na escola e em todos os setores da sua vida social, não pode tergiversar quando princípios irremovíveis do Cristianismo estejam em jogo, em especial se este princípio diz respeito à Pessoa do Deus Eterno, Todo-Poderoso, Criador e Sustentador do Universo.

19 de fevereiro de 2014

Se fosse atendido o padrão Fifa, o Brasil faria uma economia de R$ 3 bilhões

A presidente Dilma garante que o Brasil será um país seguro na Copa do Mundo. Para isso o Governo investiu R$ 1 bilhão e 900 mil em ações de segurança e defesa durante a competição. No entanto, tudo isso serve para demonstrar a preocupação do Palácio do Planalto com a ameaça da realização de protestos em especial nas 12 cidades que sediarão a Copa, a exemplo do que aconteceu em junho do ano passado durante a Copa das Confederações. Paralelamente está em andamento o projeto de uma espécie de uma nova Lei de Segurança Nacional cujo projeto estabelece punições para atos violentos praticados em manifestações, definindo em um de seus artigos que não seria proibido o uso de máscaras durante as mesmas, como fazem os Black Blocs, mas que quem praticar vandalismo mascarado teria sua pena agravada. Muita gente já se pronunciou pedindo trégua nas manifestações, mas isso é impossível. As manifestações já estão programadas para as 12 sedes, e, como aconteceu em junho passado, poderão se espalhar por centenas de outras cidades porque os motivos daquelas saídas do povo às ruas ainda permanecem;

Notícia  divulgada hoje reforça a vontade de ir às ruas ─ muita gente não tem se manifestado exatamente por receio das cenas de vandalismo do Black Blocs ─ e é exatamente a própria Copa do Mundo que dá motivo para manifestações já agora. Quando o Brasil foi confirmado em 2007 como sede da competição, com o ex-presidente Lula garantindo que ela nada custaria aos cofres públicos, pois os custos ficariam por conta da iniciativa privada, a Fifa estabeleceu que seriam necessárias de oito a 10 sedes para que a Copa tivesse êxito e praticidade. Só que o Governo (leia-se Lula) decidiu que teríamos 12 sedes para atender conveniências políticas, incluindo as arenas Dunas, em Natal; Pantanal, em Cuiabá: Amazonas, em Manaus; e Mané Garrincha, em Brasília. O custo total dos 12 estádios é de R$ 8 bilhões e 583 milhões. Se fossem construídos os dez que a Fifa achava suficientes, o custo cairia para R$ 7 bilhões e 344 milhões. E se o número fosse o mínimo de oito, seriam gastos R$ 5 bilhões e 361 milhões, gerando uma economia de R$ 3 bilhões e 222 milhões;

Além de estarem sendo construídos verdadeiros 'elefantes brancos', pois estão sendo construídos em cidades que não têm clubes que numa final de campeonato estadual consigam preencher sequer um terço dos lugares, existe o agravante do volume de dinheiro público disponibilizado através de financiamentos feitos pelo BNDES e que serão (se forem) devolvidos será ao longo de dezenas de anos. Onde está a inciativa privada de que Lula falava em 2007? Não há, então, como evitar as manifestações antes, durante e depois da Copa do Mundo, quando a população vê o estado dos hospitais públicos, os problemas da Educação, a falta de Segurança Pública com cortes constantes de verbas, além dos estranhos e secretos investimentos bilionários em Cuba e outros países, dinheiro que certamente seria melhor investido nas nossas carências. O que se vê é um grande número de obras iniciadas e não concluídas e outras que sequer saíram do papel, embora anunciadas em grande eventos que se transforma em palanques eleitorais;

Está sendo divulgada uma estranha pesquisa apontando uma possível vitória da presidente Dilma até no primeiro turno, mas apontando também queda no índice de aprovação de seu governo, bem como atribuindo a ela o maior índice de rejeição entre todos os prováveis candidatos a presidente da República. O certo é que teremos muito assunto para campanha eleitoral, quando certamente os eleitores vão tomar conhecimento de todos esses fatos e estarão antenados nas revindicações do povo nas ruas. Nada está definido é até 5 de outubro muita água passará por baixo da ponte. Quem viver (e prestar bastante atenção), certamente verá muita coisa interessante. 

17 de fevereiro de 2014

"Tirando a máscara"

Mais uma vez transcrevo artigo da jornalista Ruth de Aquino. Na edição desta semana da revista 'Época', com o título acima, ela comenta a presença das máscaras tanto dos Black Blocs como as dos deputados federais que foram obrigados a se desfazerem das suas, através do voto aberto, e que cassaram o mandato do deputado-presidiário Natan Donadon, que anteriormente haviam deixado de cassar, mascarados com o voto secreto. Leiam, porque já falamos sobre o mesmo tema, mas Ruth de Aquino, de modo bem claro, faz outras interessantes abordagens:

A máscara é um disfarce. O capuz de Caio e o voto secreto do Congresso serviam para esconder o nome e o rosto de quem sabotava a democracia. Nem Caio nem os deputados queriam assumir seus atos diante da sociedade e da opinião pública. Tudo faziam para não se expor.

É natural que se tente disfarçar a autoria de um crime contra a vida ou um delito de consciência. No escurinho da máscara, na proteção do anonimato, seja aliciado, recrutado, manipulado ou favorecido, fica mais fácil explodir os valores, as crenças, os ideais e até a vida de um cinegrafista, de um manifestante, de um policial. Ou boicotar o futuro político de uma nação.

Agem todos como assaltantes da esperança num país melhor. Uns ganham R$ 150, quentinhas e vale-transporte, outros ganham milhões de dólares e a gratidão de poderosos. Até que a prisão de mensaleiros e a morte de Santiago acendem um rojão vermelho na cabeça de todos os brasileiros.

No velório de Santiago, as camisetas dos jornalistas traziam nas costas a inscrição: “Poderia ter sido qualquer um de nós”. É verdade. Vamos parar com o ciclo da violência e da ignorância acobertadas e financiadas por quem quer ver o circo pegar fogo. Chega de black blocs e white blocs mascarados! Chega de mártires como Amarildo e Santiago! E chega de corrupção premiada!

Chega de caçar jornalistas como se fossem bruxas! Desde junho de 2013, quando começaram as manifestações públicas, lindas, emocionantes e populares, houve 118 casos de violência contra jornalistas. Isso inclui agressões e prisões indevidas. Desse total, 88 atos de violência partiram de policiais, e 30 de manifestantes. Em 60% dos casos, as agressões não foram aleatórias. O jornalista se identificou. De nada adiantou. Ao contrário. Ao se identificar, o jornalista tem-se tornado alvo – e isso demonstra o medo das autoridades e o desconhecimento de parte da sociedade civil sobre como a imprensa realmente trabalha no Brasil.

Uma coisa é criticar a abordagem de um veículo de informação. Isso não só é legítimo, mas recomendável. Outra é assediar e tentar desmoralizar a imprensa em geral e seus profissionais. Ou, pior, tentar coibir a liberdade de informação. Isso equivale à censura, típica de regimes totalitários.

Com a cassação do deputado-presidiário Natan Donadon, por 467 votos a favor e uma abstenção, na primeira sessão de voto aberto na Câmara, o Congresso tira finalmente a máscara. Donadon mantivera o mandato anteriormente, em votação secreta, envergonhada e vexaminosa. Manter ativo o mandato de um deputado condenado pela Justiça é dar um tapa na cara do eleitor, traído por seus representantes fichas-sujas.

Houve hipocrisia populista em ano eleitoral? Prefiro celebrar esse momento histórico. De cara lavada, a ética se impõe. Se as máscaras do Congresso já tivessem sido tiradas antes, provavelmente não teríamos na presidência do Senado e da Câmara Renan Calheiros e Henrique Alves. O voto aberto nos renova a confiança num Congresso melhor.

Que os manifestantes imitem os congressistas. Que saiam às ruas sem máscaras e assumam seus atos, financiados ou não. Caio estava de rosto livre e feições indignadas no protesto contra o aumento das passagens de ônibus. Vestiu o capuz pouco antes de detonar a bomba caseira, em parceria com seu amigo Fábio Raposo, e fugir em disparada. Caio Silva de Souza, um sobrenome composto, tão brasileiro e tão comum. Um rapaz que desgraça a própria vida ao matar um profissional inocente, que estava na praça para registrar e mostrar a insatisfação popular com o alto custo de vida no Rio de Janeiro.

“Manifestações políticas são feitas por cidadãos que devem ter o orgulho e a responsabilidade de ser autores de seus gestos”, afirma o professor de Direito e formação político-econômica José Garcez Ghirardi. A máscara, segundo Ghirardi, serve como síntese para um desafio complexo das democracias: como legitimar as ações indivi­duais no espaço público? Indivíduo e cidadão são conceitos distintos, mas temos misturado tudo. Esquecemos assim a civilidade e favorecemos o arbítrio. Ghirardi cita o sociólogo francês Alain Touraine: “Uma sociedade de indivíduos pode destruir uma sociedade de cidadãos”.

Estamos a duas semanas do Carnaval. No Brasil, as máscaras dos foliões, que costumavam ser apenas divertidas, nos últimos anos se politizaram. Agora, em 2014, nessa festa tardia de março, uma das máscaras trará o rosto do pedreiro Amarildo, torturado e morto na Rocinha por policiais. Se os cinegrafistas filmassem o Carnaval com a máscara de Santiago, seria uma homenagem-protesto de imenso peso simbólico.

Nosso baticumbum pré-carnavalesco se reveste de drama épico. Esperamos que, no fim, a verdade e a transparência não sejam só fantasias.

16 de fevereiro de 2014

Tem gente no PT que parece querer derrotar o PT nas eleições deste ano

Tem ocasião em que pensamos que o maior adversário do PT nas eleições presidenciais deste ano é o próprio PT. Um dos exemplos é o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, que desfruta de baixíssimos índices de aprovação junto aos paulistanos, isso num ano no qual uma das principais metas do partido é tirar o PSDB do Governo do Estado, onde os tucanos têm comando há mais de 15 anos. Haddad começou a dar mancadas durante as manifestações de junho do ano passado, tentou agora aumentar o IPTU da capital paulista e a Justiça impediu e agora acaba de diminuir a quantidade de material dos kits escolares distribuídos aos estudantes da rede pública municipal. Quando era ministro da Educação o agora prefeito de São Paulo também de shows de incompetência na aplicação dos exames do Enem, com quebras de sigilo e questões mal elaboradas. Para elegê-lo e dar início à 'expulsão' do PSDB do poder, Lula fez acordo até com Paulo Maluf, com quem um dia trocara ofensas, um e outro se xingando de ladrão;

Outro petista de destaque, também de São Paulo, o senador Eduardo Suplicy, acaba de prestar mais um serviço aos adversários do PT ao proporcionar um bate-boca com o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que fez insinuações, não tão descabidas como quer dar a entender o senador paulista, sobre a origem do dinheiro das doações feitas para pagar multas de mensaleiros condenados. Além da suspeita de lavagem de dinheiro, Gilmar Mendes levantou uma tese jurídica de que as penas impostas a um réu são impessoais, significando que é o condenado quem deve cumpri-las. Diz que ninguém pode ir para o xadrez no lugar de um réu condenado o que, por extensão, entende-se que ninguém pode pagar em seu multa imposta na pena. O ministro quer que a Receita Federal e outros órgãos averiguem que dinheiro foi esse, mesmo com as doações endo realizadas através de sites hospedados no exterior;

Para minimizar os efeitos do 'Mensalão do PT' na campanha eleitoral deste ano, que certamente será bastante explorado pelos candidatos da oposição, os petistas ganharam de presente o andamento do processo do 'Mensalão do PMDB' no qual a principal réu é o deputado federal de Minas Gerais Eduardo Azeredo, do PSDB. Seria um bom prato para os petistas tentarem equilibrar o jogo de mensalões nos debates, exatamente quando o 'Mensalão do PT' já estaria concluído, saindo da mídia. Agora, é certo que haverá desdobramentos sobre as doações, ainda mais que já existe uma mobilização para se levantar cerca de R$ 1 bilhão para cobrir a multa do ex-ministro de Lula e ex-presidente do PT, José Dirceu. E para dar mais força à tese de Gilmar Mendes, o ex-deputado Roberto Jefferson informou que não terá nenhum site hospedado fora do Brasil para receber doações e que mesmo não dispondo de meios para pagar a quantia estipulada aceitará doações, desde que os doadores se identifiquem;

Junte-se a tudo isso as brigas com o PMDB na distribuição de ministérios e na formação de palanques nos estados e nas manifestações de rua que eram esperadas para junho, durante a Copa do Mundo, mas que já se anteciparam. E ainda aparece um 'adversário' propondo uma nova Lei de Segurança Nacional, que segundo alguns é mais rigorosa do que a baixada pelos militares e recentemente revogada pelo STF ─ há quem a esteja chamando de um novo AI-5 ─, justamente para reprimir as manifestações durante a Copa, havendo numa das versões do projeto previsão de penas de prisão de 15 a 30 anos, em regime fechado, para quem 'perturbar' o andamento da competição. Isso vindo de um Governo integrado por pessoas que dizem ter sofrido os rigores da ditadura militar. Quem 'adversários' desse tipo nem precisa se preocupar com a oposição.

15 de fevereiro de 2014

Unanimidade na cassação de Donadon demonstra a covardia de deputados

Quando o centro das atenções envolve a morte do cinegrafista Santiago Andrade o destaque fica por conta da ação dos Black Blocs e de Fabio Raposo, Caio Silva de Souza e a já famosa Sininho ─, um fato político de grande relevância aconteceu mas ficou meio ofuscado: a cassação do mandato do deputado-presidiário Natan Donadon. Ficou mais que comprovado o quanto de corporativismo aconteceu na outra votação, em voto secreto, que manteve o esdrúxulo mandato de um 'representante do povo' condenado, entre outras penas, por improbidade administrativa e peculato. Agora, sem a máscara do voto secreto e com a cara à mostra pelo voto aberto, un total de 467 'ilustres' parlamentares cassaram o mandato de Donadon por unanimidade. Há muito para se dizer sobre isso, mas vou considerar como sendo nossas as palavras da colunista Cora Rónai, de 'O Globo', que expressam fielmente o que de fato levou a Câmara dos Deputados a cassar o mandato do deputado-presidiário com tão retumbante votação:

Um plenário de covardes!

"Sou uma brasileira traumatizada -- não há outra palavra -- com o que acontece no Congresso Nacional. Não acredito nas boas intenções de uma casa onde tudo, do salário dos servidores de cafezinho à compra de passagens aéreas, é um tapa na cara da sociedade. 

Não acredito na correção e no patriotismo de congressistas cujo único objetivo é enriquecer e se manter no poder; e os culpo pelo perigo a que nos expõem com este comportamento, que é um permanente convite para que "salvadores da pátria" contem com o apoio da população para acabar com a democracia que conquistamos.
 
O voto aberto é uma pequena réstia de sol que entra neste porão apodrecido e fedorento. Não consigo, porém, saudá-lo com o necessário otimismo, pelo menos em relação aos parlamentares que aí estão. 

Neste momento, ele apenas revela um plenário de covardes, sem coragem de assumir as suas convicções por medo de perder as sinecuras.

O verdadeiro Congresso, a sua verdadeira alma, não é a que condenou agora, sob a luz, um colega presidiário; é a que o absolveu, quando ninguém estava olhando."

13 de fevereiro de 2014

“A violência é o único meio de luta e o sangue é o combustível da história"

Por várias vezes tenho transcrito aqui textos de outros blogueiros ou de colunistas de jornais ou revistas, quando observo que seus autores escreveram algo que gostaríamos de ter escrito ou simplesmente porque o texto discorre sobre um assunto que demonstra a mesma linha de pensamento que norteia este Blog. Tenho lido no Facebook comentários do Pastor Deneci Gonçalves da Rocha, meu amigo há muitas décadas, que seguem a mesma linha de pensamento que norteia o "Ponto & Vírgula". Ele às vezes também transcreve artigos inteiros de blogueiros que fazem parte da lista daqueles que considero interessante e que gostaria que os que leem o que aqui escrevo também leiam os mesmos textos. Com o título acima,  o Pastor Deneci expõe com muita propriedade o momento que vivemos, cujo maior destaque está por conta da violência observada nas ruas nos últimos dias: 

É estarrecedor o que tem acontecido no Brasil com protestos em todos os lados. Por culpa ou não dos promotores, a verdade é que temos de chamar a esses protestos de badernas. Essa é a verdade: Por mais bem intencionados que sejam esses protestos, os já famosos Black Bloc, transformaram-nos em badernas. Para ser coerente e honesto, quem promove esses movimentos deveria negar-se a continuar promovendo-os devido a acontecimentos altamente desagradáveis que têm ocorrido. É um absurdo que alguns governantes, alguns pseudos intelectuais e a mídia estejam tentando amenizar a ação deletéria dos baderneiros afirmando que as “manifestações” (tem que ser entre aspas) são pacíficas. Podemos dizer que elas, na origem, talvez tivessem o objetivo de serem pacíficas; mas agora se transformaram em baderna, em desrespeito aos direitos do próximo e em morte de gente inocente, como a morte do jornalista Santiago Andrade. Não sei se é verdade, mas há muitos que julgam esses movimentos como um plano satânico apoiado pelos que nos (des)governam para estabelecerem a desordem, o caos e, aí, terem a justificativa para implantar um regime de força. Se assim é, eles estão exatamente de acordo com um dos seus ídolos, Stalin, que disse: “A violência é o único meio de luta e o sangue é o combustível da história.”

11 de fevereiro de 2014

A morte de Santiago Andrade pode servir para que se mude muita coisa

Santiago Andrade: Sua morte não terá sido em vão
Parece que o ar no Brasil está ficando irrespirável. O dia de hoje foi bastante sufocante com a notícia da morte do cinegrafista Santiago Andrade, da TV Bandeirantes, vítima da ação ação desastrada de um Black Bloc, que certamente não queria matar Santiago, mas se numa manifestação contra aumento de passagens de ônibus ele aparece com um rojão e o atira em direção a uma área onde havia pessoas (cinegrafistas, policiais, trabalhadores que não estavam tentando voltar para casa, ou estudantes indo para a escola), e não sendo insano e, pior ainda, sendo adulto, é claro que sabia do resultado que poderia ocorrer com sua ação. Nada mais justo que responda pelo crime de homicídio culposo. Matou um homem de 49 anos, um chefe de família, em pleno trabalho. Aliás, se a manifestação era contra passagem de ônibus, por que realizada numa estação ferroviária? Bem ao lado está dela estava uma estação rodoviária com ônibus que saem para os mais diversos pontos do Rio de Janeiro. Nesse ponto os paulistanos estão mais 'coerentes'. Só este anos já incendiaram nada menos que 38 ônibus;

A série de desencontros de informações sobre a responsabilidade não minimiza em nada o revoltante fato que ainda ocupa bastante espaço na mídia. Os vândalos Black Blocs voltaram a agir novamente e no mesmo momento em que era anunciada a morte de Santiago Andrade. Insensibilidade total. Desde junho do ano passado, quando as manifestações que eram também contra aumento de R$ 0,20 na passagens de ônibus no Rio e São Paulo se transformaram em revolta contra principalmente o Governo e os políticos, já surgiam os Black Blocs depredando tudo, não distinguindo patrimônio público ou privado. Muita gente passou a desconfiar que eles estavam a serviço de quem era alvo dos protestos e a ação de vandalismo e violência policial, com o objetivo de desestimular o povo a sair às ruas, com medo de se tornar vítima deles e da reação da polícia. Essa desconfiança ainda existe e tem que ser investigada;

Enquanto isso, vemos o ex-presidente Lula desqualificando ministros do Superior Tribunal Federal (STF). Dizem que é pelo boato de que o ministro Joaquim Barbosa, presidente do STF, teria feito declaração que deu margem a deduções de que poderá ser candidato à sucessão da presidente Dilma ─ Joaquim Barbosa desmente categoricamente ─, e também porque o ministro Gilmar Mendes insinuou que a bilionária chuva de doações para pagar multar de petistas condenados no processo do 'Mensalão do PT' poderá ser proveniente de lavagem de dinheiro, algo que muita gente também acha que aconteceu;

Some-se a tudo isso os apagões num momento de temperaturas altíssimas, que recebem explicações desencontradas por parte das autoridades do Governo, quando até tentam responsabilizar governos de mais de 10 anos passados. O povo vê também que pouca coisa mudou em relação ao que foi motivos dos protestos de junho de 2013, mas assiste a presidente Dilma Rousseff inaugurar um moderno porto em Cuba, obra financiada com recursos do BNDES e construída por empreiteira brasileira, conhecida doadora de dinheiro para campanhas eleitorais, ocasião em Dilma afirmou que mais dinheiro seria disponibilizado para as obras no entorno do moderno porto. Acrescente-se a isso o anúncio da construção de um moderno aeroporto em Havana, numa hora em que sabe que alguns do Brasil não ficarão prontos no tempo certo para atender o Padrão Fifa com vistas à Copa do Mundo;

Tudo é de se lamentar, mas o ponto maior fica por conta da insensibilidade de muitos com relação a uma família enlutada, vítima de atitude descabida praticada por quem precisa ser devidamente castigado, na forma da lei. Espera-se que aquela ministra dos Direitos Humanos não apareça solidária com o assassino nem chore ao vê-lo indo para atrás das grades. Que Deus dê conforto à família de Santiago Andrade.

7 de fevereiro de 2014

Médica cubana pode criar problemas para Dilma explicar ao povo

Desde que o Governo, no desejo de dar satisfação às manifestações de rua em junho do ano passado, anunciou o programa 'Mais Médicos' muitas críticas apareceram quando foi dito que seriam contratados 6 mil médicos cubanos. A pergunta era por que médicos de Cuba e não de outros países ou, então, qual a razão de não se oferecer incentivos para que médicos brasileiros se sentissem estimulados a migrar para o interior do Brasil, onde era bastante grande a carência desses profissionais da Saúde. Posteriormente, após protestos das entidades brasileiras que reúne médicos, o Ministério da Saúde tirou do caminho dos cubanos qualquer dificuldade para o exercício da função, incluindo-se aí até a obrigatoriedade do registro expedido pelos conselhos de Medicina;

O recente episódio envolvendo a médica cubana Ramona Rodriguez está causando um tremendo rebuliço no Governo. Ela abandonou a cidade de Pacajá, no Pará, e ainda pediu asilo político alegando ter sido enganada pelo Governo de Cuba, argumentando que está recebendo salário muito abaixo do que devia. E ela tem razão. Os demais médicos estrangeiros que participam do programa recebem salário de cerca de R$ 10 mil, enquanto ela recebe todo mês R$ 400,00, sendo que R$ 600,00 ficam depositados numa espécie de poupança à qual ela terá acesso após os três anos de contrato. Isso totalizam R$ 1.000,00, equivalendo a 10% do que o Governo de Dilma Rousseff paga para cada médico cubano que participa do 'Mais Médicos'. Além de infringir a legislação trabalhista brasileira, indaga-se sobre o que acontece com essa diferença de R$ 9 mil. Para muitos, esses 90% dos médicos ficam como ajuda ao regime castrista. Com a previsão de serem contratados mais de 7 mil médicos cubanos, aquela país receberia mais de R$ 700 milhões por anos, totalizando mais de R$ 1 bilhão e 400 milhões no final dos contratos;

Ramona Rodriguez poderá ser uma 'pedra na chuteira' de Dilma na busca da reeleição. A inauguração de um moderno porto em Cuba financiado pelo Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), cuja devolução sabe-se lá quando acontecerá. Para piorar, Dilma ainda prometeu mais alguns milhões de reais para obras de infraestrutura no entorno do moderno porto cubano. Some-se a isso um financiamento para uma moderna universidade num país africano, perdões de dívidas de países governados por ditadores e outros gastos não muito republicanos, como costumam dizer os petistas. Não é necessário falar-se da 'parada técnica' em Portugal e dos gastos ali verificados, com a declaração de Dilma de que quem janta em restaurante de luxo paga a conta do próprio bolso, como ela faz. O dinheiro da comitiva pode sair do bolso, mas o que ali entrou foi proveniente de diárias pagas com dinheiro público, incluindo-se aí também o dela;

Mesmo montando um esquema de segurança rigoroso, ninguém afasta a hipótese de manifestações nas 12 cidades-sede da Copa do Mundo. Elas vão acontecer, queiram ou não o Governo. O nível de civilidade ou de violência, só saberemos na ocasião. E as manifestações já estão sendo antecipadas. As redes sociais estão sendo utilizadas para protestar contra esses atos do Governo, contra o custo de vida, contra os serviços públicos (notadamente os transportes), contra o atendimento nos postos de saúde e hospitais públicos. E depois da Copa, pouco tempos após, acontecem as eleições. Há pesquisas que admitem vitória de Dilma Rousseff, algumas até no primeiro turno, mas os institutos andam um tanto desmoralizados e há quem admita em manipulação delas. Para criar mais obstáculos para a presidente, os principais candidatos de oposição, Eduardo Campos (PSB) e Aécio Neves (PSDB) parecem estar com discursos afinados nos ataques ao Governo, e na hipótese de um segundo turno, um apoiará o outro contra ela. Em vista disso, fortes emoções são esperadas nos próximos meses:

E se o Brasil não ganhar a Copa?

4 de fevereiro de 2014

Deputado do PT faz gesto infantil e grosseiro ao lado de Joaquim Barbosa

Esse gesto pode vir a ser ruim para a reeleição de Dilma 

Apesar do propalado otimismo dos petistas quanto a possibilidade da reeleição da presidente Dilma Rousseff há até quem aposte numa vitória no primeiro turno ─, tem gente no PT se comportando de modo contrário com mais vigor do que a própria oposição. É o que pode se deduzir do que fez o vice-presidente da Câmara, André Vargas (PT-PR), quando estava sentado na cerimônia de abertura dos trabalhos no Congresso ao lado do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa. O deputado manifestou apoio a deputados condenados no julgamento do ‘Mensalão do PT’ fazendo um gesto usado pelo PT como sinal de "resistência", com o punho cerrado erguido para o alto. Ele repetiu o gesto em vários momentos da solenidade, e também tirou fotos dele mesmo ao lado de Joaquim Barbosa, que permaneceu calado e não respondeu às provocações;

André Vargas afirmou, depois da solenidade, que o punho cerrado foi uma forma de criticar e “reagir” à condenação de parlamentares do PT no julgamento do ‘Mensalão do PT’: “A gente tem se cumprimentado assim, um símbolo de reação aos nossos companheiros que foram injustamente condenados. O ministro está na nossa casa, então ele é um visitante, tem nosso respeito, mas estamos bastante à vontade para cumprimentar do jeito que a gente achar que deve”. André Vargas ainda criticou Joaquim Barbosa por sair de férias em janeiro sem assinar o mandado de prisão do deputado federal João Paulo Cunha (PT-SP). Durante a solenidade e após o seu final, o deputado petista fez postagens irônicas e jocosas em rede social debochando de Joaquim Barbosa. Numa delas fez menção a uma foto do presidente do STF ao lado de um senhor chamado Antonio Mahfuz, dono de uma cadeia de lojas de eletrodomésticos no Brasil que faliu nos anos 90 — as Lojas Mahfuz —, que postou no Facebook, em novembro, uma foto em aparece ao lado de Joaquim Barbosa com a seguinte legenda: “Renasce a esperança com o justiceiro”;


Deputado petista quis ligar Joaquim Barbosa a Mahfuz

Em seu blog, Reinaldo Azevedo esclarece: “Mahfuz já foi, sim, um foragido da Justiça em 2007 em razão dos problemas com as suas empresas, ano em que obteve, então, um habeas corpus. Foi o que bastou para a rede petista na Internet e mesmo políticos do partido tentarem ligar o nome do presidente do Supremo a um fugitivo. O ministro foi impiedosamente fustigado pela militância partidária — e tudo por causa do mensalão. É evidente que, em razão da projeção que teve por causa do julgamento — e dado que milhões de pessoas sentem repulsa por tudo aquilo —, Joaquim Barbosa é uma pessoa popular, conhecida. E, suponho, onde quer que vá e haja brasileiros, sempre haverá alguém querendo tirar uma foto a seu lado. O que isso significa? Nada!”;

Há uma coisa de que precisa ser esclarecido ao deputado André Vargas. Os mensaleiros foram praticamente todos condenados apenas com votos contrários dos ministros ‘petistas’ Ricardo Lewandowski e Dias Toffoli, isso com o Supremo tendo oito de seus 11 integrantes sido indicados e nomeados pelo ex-presidente Lula e pela presidente Dilma. Sua ira contra Joaquim Barbosa, então é descabida. E ele pode estar fazendo ‘gol contra’ se levarmos em conta a popularidade do presidente do STF, que aonde chega é cercado por populares em busca de autógrafos e fotos ao lado do ministro. Tendo companheiros desse tipo, a presidente Dilma não precisa temer os adversários oposicionistas, que, por sua vez, agradecem a ‘colaboração’ de André Vargas e de outros petistas despreparados para o exercício de seus cargos.

3 de fevereiro de 2014

Marqueteiros dão início à 'embalagem' bonita para os candidatos de 2014

Na política brasileira, o que não falta é assunto para se comentar, discutir e fazer ilações e deduções. Este ano, então, é que tem assunto demais, pois teremos eleições para presidente da República, governadores de estados e do Distrito Federal, senadores, deputados federais, estaduais e distritais (em Brasília). Antes de outubro, teremos a Copa do Mundo, e antes dela, as já programadas manifestações de protestos nas ruas programadas para pelo menos as 12 cidades-sede do Mundial da Fifa. Até o dia das eleições também estarão na mídia os desdobramentos da finalização do 'Mensalão do PT' e também será trazido a público o julgamento do 'Mensalão do PSDB', de âmbito regional e de implicações bem menores que o nacional, e que teve Marco Aurélio com operador financeiro, quando 'treinou' para o outro de compra de votos de parlamentares por parte do Governo do ex-presidente Lula;

A partir de agora, uma vez que a campanha presidencial foi antecipada justamente por parte do grupo de marqueteiros que cerca a presidente Dilma, esse profissionais começam a mostrar ao distinto público a 'mercadoria' que têm para vender, os candidatos. Os principais interessados em ocupar os palácios de Brasília e a Granja do Torto nos próximos quatro anos, pelo menos, vão prometer o paraíso para o eleitorado. Dirão que se eleitos proporcionarão para o povo casa, comida roupa lavada e mais uma infinidade de bolsas (em qualquer sentido). Aí veremos candidatos abraçando velhinhos, beijando criancinhas, subindo morros, comendo qualquer coisa em comunidades que sonham comer algo melhor diariamente. De um modo geral, os milhares de candidatos vão vestir roupas surradas e alguns até calçarão sapatos furados para provar que estão andando para saber as reivindicações do 'seu' povo;

Quando chegar o período da propaganda 'gratuita' na TV, aí é que os marqueiros vão se desdobrar. Todo mundo vai aparecer de cabelo cortado e barba bem aparada. As mulheres vão dar um capricho extra nos cabelos e na vestimenta. Todo mundo vai sorrir sempre, por mais carrancudo que seja na vida real. Lembram-se da mudança que o publicitário Duda Mendonça fez em Lula, em 2002? Aquele cara malvestido que só falava trincando os dentes e dando socos na mesa foi transforma no Lulinha paz e amor, com o cabelo bem caprichado e sua barba que era rebelde passou a estar sempre bem aparada, isso tudo numa embalagem de ternos nada menos que da grife Armanni. Nas caminhadas de campanha, certamente estarão acompanhados de bons fotógrafos e cinegrafistas;

Então, caro eleitor, você irá em busca da 'mercadoria' de melhor embalagem ou vai procurar escolher melhor aqueles que vão assumir os cargos que têm a função de cuidar do dia a dia de cada brasileiro? É bem melhor ter mais lucidez na hora do voto. Na maioria das vezes os candidatos que se apresentam em belas 'embalagens' são exatamente aqueles que, depois de eleitos e empossados, vão cuidar dos interesses da sua 'comodidade'. Não seria comunidade? Mas eles erram na grafia de propósito. A comodidade deles está acima de tudo. Cabe a você, eleitor, saber escolher melhor e não se iludir com a capa de 'bonzinhos' que a maioria deles vai lhe mostrar, a partir de agora.