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11 de janeiro de 2014

Depois de três anos, 219 famílias da Região Serrana ainda continuam sem casa

Em 2011, nesta mesma época do ano (na noite do dia 11 para o dia 12 de janeiro), choveu durante 9 horas na Região Serrana do Rio de Janeiro, os municípios de Petrópolis, Teresópolis, Nova Friburgo, Sumidouro, Bom Jardim, Areal e São José do Vale do Rio Preto, que decretaram estado de calamidade pública. O volume de água equivalia à média prevista para todo o mês de janeiro. Nessas cidades o fornecimento de água, luz e telefone foram interrompidos e estradas interditadas, além de pontes caídas e bairros isolados durante uma semana. As enchentes resultaram em 918 mortes e o desaparecimento de 215 pessoas e a existência de milhares de desabrigados. Pois tem algo nada interessante de se saber três anos depois daquela tragédia: 219 famílias até hoje estão sem casa para morar, com a informação oficial de que as obras de recuperação daquelas cidades somente estarão totalmente concluídas em 2016, no ano dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro;

Para quem reclama de falta de ação dos órgãos governamentais, até que daquela vez houve celeridade nas tentativas de minorar o sofrimento dos atingidos pelas enchentes. A presidente Dilma liberou R$ 100 milhões e antecipou o pagamento do Bolsa-Família para 20 mil inscritos da região no programa. Junte-se a isso o grande movimento de mobilização da sociedade com doações de uma variedade de gêneros alimentícios, roupas, calçados e outros de higiene pessoal. Aí é que começam a aparecer os casos de desvios de dinheiro público e, pior ainda, de objetos doados, tudo isso praticado por pessoas que tinham a incumbência de organizar a distribuição dos benefícios às pessoas atingidas pelas chuvas. Houve até prisão e cassação de mandatos de alguns envolvidos, mas muita coisa ainda falta se fazer;

Em Petrópolis, Teresópolis e Nova Friburgo, por exemplo, foram cadastradas 2.382 famílias. Foram atendidas 1.383 em compra assistida, num total de R$ 64 milhões; 575 foram indenizadas (R$ 29 milhões); e 204 famílias optaram por unidades em conjunto habitacional, onde foram gastos R$ 34 milhões e 500 mil. No entanto, ficamos sabendo que 219 famílias ainda não tiveram solução para seus problemas há três anos. Tivemos conhecimento de blocos de apartamentos que tiveram que ser demolidos, certamente por causa de projetos mal feitos mas que tiveram aprovação indevida para serem utilizados. O que se espera é que essas famílias tenham seus problemas solucionados o mais rápido possível, porque certamente algumas soluções poderão acontecer nas proximidades das eleições e aí já sabemos que o objetivo não serão as famílias mas sim os votos que elas representam. Então, a desumanidade será mais latente. 

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