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8 de maio de 2013

Será que Cuba tem tanto médico bom para exportar seis mil deles para o Brasil?

  • Fatos dos mais comentados nos últimos dias é o que foi feito pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, informando que serão contratados 6 mil médicos cubanos com o objetivo de cobrir o déficit desses profissionais principalmente no interior do País, em especial nas regiões mais carentes. A primeira questão levantada é sobre qual seria o custo dessas contratações. Qual seria a remunerações desses profissionais, quem pagaria seus passagens e como seria garantida a moradia deles? Será que Cuba, uma ilha com população de 11 milhões de habitantes, tem tantos médicos disponíveis para exportar. Qual a qualidade deles e como seria comprovada a experiência dos mesmos no exercício da Medicina? Há muita coisa que necessita ser mais bem explicada;
  • O que se sabe é que não há falta de médicos no Brasil a ponto de haver necessidade de se contratar estrangeiros para trabalhar no interior. O que existe é falta de estímulo para que milhares dos que estão concentrados nos grandes centros urbanos se disponham a migrar para as regiões mais carentes da presença dos mesmos. Afinal, existem no País quase 200 faculdades de Medicina, formando novos profissionais a cada ano letivo;
  • A imensa maioria fica nas grandes cidades, onde encontram melhores condições de trabalho. No interior, a maioria dos hospitais públicos é de péssima qualidade e oferecem salários muitas equivalentes ao custo de meia dúzia de consultas em consultórios particulares. Mesmo assim, a grande maioria dos que atuam nos grandes centros ainda se vinculam a planos de saúde, que remuneram uma consulta com valor de aproximadamente R$ 50,00, que somados aos atendimentos particulares dão aos médicos uma remuneração mais ou menos aceitável;
  • Junte-se a tudo isso o agravante da má qualidade do ensino de Medicina em Cuba, fato comprovado nos exames de revalidação do diploma de 182 médicos cubanos realizados no ano passado, quando apenas 20 foram aprovados, ou sejam 10,9% dos pretendes a exercer a Medicina no Brasil. Outra dúvida que paira no ar é sobre a contratação ser exatamente de médicos de Cuba, país que tem recebido vultosa ajuda financeira do Brasil, a tal ponto das mesmas serem consideradas sigilosas pelo Governo, escondendo algo de que não se sabe a razão. Não diremos aqui que estejamos assistindo o início da implantação de um sistema de saúde com viés comunista, como alguns já dizem, mas deve haver médicos com mais qualidade em outros países;
  • O importante é que o o Governo Federal através do Ministério da Saúde crie meios para os médicos brasileiros recebam estímulo para avançar em direção ao interior, mas que não seja para bancarem heróis ou passarem a viver em condições precárias apenas pelo bem da humanidade.

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