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17 de abril de 2013

Partidos da 'base aliada' fazem o jogo do Governo para brecar novos partidos

  • A campanha eleitoral para a sucessão da presidente Dilma está a pleno vapor. Segundo alguns cientistas políticos a deflagração do processo foi precipitada por vários motivos, sendo um deles para que o eleitorado não tivesse dúvidas de que a atual presidente quer a reeleição e também para que alguns petistas 'baixassem a bola' do movimento que desejava ter Lula como candidato. Por força disso, outros nomes também foram jogados na mídia, muito embora alguns deles digam que não estão em campanha e até que não são candidatos, numa espécie de 'me engana, que eu gosto', pois estão realmente em plena campanha;
  • A campanha da presidente Dilma está bastante evidente, pois ela está viajando muito mais do que de costume, em muitos lugares acompanhada do ex-presidente Lula, cujo discurso é sempre voltado para comparações entre os governos do PT com o de Fernando Henrique Cardoso, do PSDB, isto porque os tucanos são adversários naturais dos petistas, que também não confirmam, mas o senador Aécio Neves (PSDB-MG) também está andando pelo Brasil inteiro,além de tentar amansar a reação do paulista José Serra, que pretende voltar a disputar uma vaga no Palácio do Planalto. Outros dois pré candidatos são o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, do PSB, e Marina Silva, que está criando um novo partido, a Rede;
  • Para evitar que surjam forças de grupos políticos que possam criar dificuldades para a candidata Dilma, aconteceu a votação do projeto de lei que restringe o acesso ao Fundo Partidário e do tempo de rádio e TV para novos partidos. Um requerimento de urgência para votação da proposta, apresentada pelo deputado Edinho Araújo (PMDB-SP), foi aprovado ontem pela Câmara. O projeto deve ser votado no início desta tarde pelos deputados. Esse projeto tem por objetivo criar embaraços para dois possíveis fortes candidatos, Eduardo Campos e Marina Silva, pois um novo partido, a Mobilização Democrática (MD) apoiaria o pernambucano a Rede já tem sua candidata;
  • Para garantir o repasse do Fundo Partidário e tempo no horário eleitoral gratuito, o PPS e do PMN aprovaram, nesta quarta-feira, a fusão dos dois partidos e dessa união nascerá a MD, reunindo, de início, 13 deputados federais, 58 deputados estaduais, 147 prefeitos e 2.527 vereadores. O novo partido promete fazer oposição ao Governo Federal. As direções dos dois partidos se reúnem ainda hoje, em Brasília, para confirmar a fusão e votar o novo estatuto partidário, que será registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A união entre as duas siglas foi aprovada, primeiro, pelo PMN, nessa madrugada. Depois foi a vez do PPS, que aprovou a fusão nesta manhã, por 62 votos a dois, durante congresso extraordinário. Em todo o país, os dois partidos somam 683.420 filiados;
  • Alguns deputados, como Alfredo Sirkis (PV-RJ) e Walter Feldman (PSDB-SP), alegam que o objetivo do projeto é inviabilizar o projeto político da ex-ministra Marina Silva, que colhe assinaturas para a criação de um novo partido, que deve se chamar Rede. Aliados de Marina, Sirkis e Feldman são nomes certos para a nova legenda da ex-candidata à Presidência da República, que obteve mais de 20 milhões de votos em 2010. De acordo com as leis que regulam os partidos políticos e estabelecem normas para as eleições (9.096/95 e 9.504/97), as verbas do Fundo Partidário são distribuídas da seguinte forma: 5% para todos os partidos com registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e 95% para os partidos com representação na Câmara, na proporção de seus votos. Já o horário eleitoral gratuito tem a seguinte divisão: 1/3 para todos os partidos e 2/3 para aqueles com deputados federais, ainda na mesma proporção dos parlamentares eleitos;
  • Pela proposta, não deverão ser consideradas quaisquer mudanças de filiação partidária entre os deputados para o cálculo dessas cotas. Ou seja, caso os parlamentares resolvam mudar de partido depois das eleições, seja a legenda já existente ou não, a distribuição inicial do Fundo Partidário e do horário eleitoral será mantida. Os partidos da 'base aliada' procuram por todos os meios inviabilizar a candidatura de Marina, que obteve expressiva votação em 2010, além de não aumentar a possibilidade de aumento de tempo na TV para Eduardo Paes com o apoio que receberia do MD. O tempo dirá se tudo isso valeu a pena, pois além dessas jogas Dilma também tem que prestar atenção à possibilidade de aumento considerável da inflação e queda no crescimento, pois sérios 'cabos eleitorais' para os candidatos oposicionistas.

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