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21 de novembro de 2012

Quem quiser que acredite, mas Cardozo diz que não disse o que disse

  • O ministro da Justiça, Eduardo Cardozo, afirmou nesta terça-feira que os comentários feitos por ele sobre a situação dos presídios do país não têm relação com o julgamento do 'Mensalão do PT' realizado no Supremo Tribunal Federal (STF ).Na última terça-feira da semana passada, o ministro disse que preferiria morrer a ter que cumprir muitos anos em uma prisão no país. As declarações do ministro ocorreram em meio à definição por parte do STF das penas que integrantes da cúpula do PT terão de cumprir após o fim do julgamento. Como se recorda, os ministros decidiram estabelecer uma pena ao ex-ministro José Dirceu de 10 anos e 10 meses de prisão. O ministro Gilmar Mendes concordou com a crítica de Cardozo, mas ironizou: "Lamento que ele fale só agora". O ministro da Justiça considerou os comentários de Mendes como engraçados;
  • "Acho que é uma questão engraçada... acho que nesse momento as pessoas estão com problema epidérmico em relação ao mensalão e qualquer coisa que se fale, acham que tem relação com isso. Eu falo como deputado e como ministro das péssimas condições dos presídios brasileiros há anos", afirmou Eduardo Cardozo. Para muita gente, a crítica de Gilmar Mendes foi o 'tiro certeiro' no ministro da Justiça, uma vez que o sistema penitenciário no Brasil é realmente um verdadeiro caos, mas somente nos últimos dez anos, sob governo do PT, partido pelo qual Eduardo Cardozo é deputado federal, nada fez para melhorar o complexo carcerário do país, função que cabe exatamente ao ministério comandado por Cardozo. Dados oficiais comprovam que os investimento nessa área foram ínfimos;
  • De outro lado, o comentário do ministro da Justiça com ameaça de morrer provocou críticas, algumas com bastante ironia. Houve quem afirmasse que se os ministros fizessem o mesmo tipo de declaração, quase que uma ameaça de suicídio, haveria necessidade de a presidente Dilma Rousseff ser forçada a promover uma ampla reforma do ministério, em face das baixas que aconteceriam. O ministro da Saúde morreria se tivesse que utilizar a rede pública de Saúde, tanto por causa da falta de leitos como pelo péssimo atendimento. A falta de vagas e o péssimo estado das escolas públicas levaria à morte o ministro da Educação. Já o ministro dos Transportes iria a óbito em face do estado das rodovias e aeroportos no Brasil;
  • Sendo assim, ao invés de ameaça de suicídio ou ironias, cabe ao ministro Eduardo Cardozo - ele é o chefe do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), órgão responsável pelas execuções penais no Brasil inteiro e que tem livre acesso a qualquer presídio na hora em que bem entender - melhorar as condições dos presídios, até porque alguns amigos seus de longa data em breve estarão se 'hospedando' em alguns estabelecimentos penais e até por consideração ele deve melhorar os 'apartamentos' que eles irão ocupar por algum tempo. Isso seria uma boa demonstração de camaradagem que ele ofereceria aos companheiros de militância partidária, principalmente José Dirceu.

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