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24 de outubro de 2012

Por ordem de Dilma, Comissão de Ética arquiva 'malfeitos' de Pimentel

    Recado de Dilma: "Mexeu com Pimentel, mexeu comigo
  • Em meio à discussão sobre a condenação de petistas por formação de quadrilha, dosimetria, desempates e outras questões no julgamento do 'Mensalão do PT'  pelo Supremo Tribunal Federal (STF), acaba de ser confirmada a interferência da presidente Dilma Rousseff para que um órgão sob seu comando atue de acordo com a sua vontade e não com independência e transparência. A Comissão de Ética Pública da Presidência da República decidiu, nesta segunda-feira, arquivar os dois processos em tramitação que tinham como alvo o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, que é um amigo pessoal de Dilma;
  • A comissão analisou os negócios da empresa de consultoria de Pimentel, antes de ele assumir o cargo de ministro, e também o fretamento de jatinho para viagem na Europa, quando ele já exercia o cargo de ministro. Como se recorda, em junho passado, o então conselheiro Fábio Coutinho havia defendido a aplicação de uma advertência a Pimentel por causa dos negócios de consultoria, cujo voto foi acompanhado por Marília Muricy. Os dois conselheiros não foram depois reconduzidos ao cargo pela presidente Dilma Rousseff, não tendo renovados os mandatos para mais um período, como era praxe até então na comissão, o que provocou o pedido de renúncia do então presidente do órgão, o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Sepúlveda Pertence. Era um claro indicativo de que Dilma estava se vingando nos dois integrantes por terem tentado punir a amiguinho da presidente Dilma. Quando as denúncias foram veiculadas, a presidente chegou a incluí-lo numa comitiva presidencial ao exterior, onde ela iria tratar de assunto que não dizia respeito à pasta de Pimental. O objetivo era - e foi - esconder Pimentel da imprensa, tendo ele ficado num hotel, sem comparecer a nenhum compromisso oficial;
  • Com a nova composição, formada atualmente por quatro conselheiros, a Comissão de Ética arquivou os processos em tempo recorde, depois de uma discussão dos negócios de consultoria do ministro que se arrastava no órgão desde fevereiro.Quando as consultorias fajutas de Pimentel foram denunciadas, a oposição via semelhanças entre a situação dele e a do ex-ministro da Casa Civil Antônio Palocci, que saiu do Governo devido à denúncia de ter o patrimônio ampliado em 20 vezes após a prestação de serviços de consultoria. Pimentel tornou-se alvo de denúncias de que sua empresa, a P-21 Consultoria e Projetos, teria faturado mais de R$ 2 milhões com consultorias entre 2009 e 2010. Havia suspeitas de conflito de interesses, além de comprovação de que algumas dessas consultorias não foram sequer realizadas. Valeu, portanto, o velho ditado: "Manda quem pode, obedece quem tem juízo".

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