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30 de outubro de 2012

Abstenção de 19% prova desinteresse de eleitor por repulsa aos políticos

  • Ao lado das comparações e comentários sobre qual partido que mais ganhou nas eleições deste ano, que que mostrou poderio eleitoral ao apoiar algum candidato, um fato está chamando a atenção dos cientistas políticos e dos comentaristas. Trata-se do elevado número de votos branco, nulos e também a abstenção de eleitores, fato bastante retratado na eleição de São Paulo, onde cerca de 30% do eleitorado não votou nem em Fernando Haddad nem em José Serra. Isso praticamente representa um terço dos eleitores da capital paulista. Isso pode ser um sério recado dos eleitores dizendo que não queriam nem um dos dois candidatos à frente da Prefeitura  paulistana. Em todo o Brasil houve também uma média significativa de omissão do eleitorado, ao ponto de a ministra Cármem Lúcia, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pedir aos cientistas políticos que estudem as causas desse tipo de protesto;
  • O índice de abstenção em todo o Brasil foi de 19%. É muito alto para um país onde o voto é obrigatório. Não é a multa de valor muito baixo que justifica isso, pois o Título de Eleitor e a regularização de situação são exigidos em várias circunstâncias. Alguém lembra que nem no Irã o voto é obrigatório. Mas a razão de tudo isso está certamente na desilusão que povo de uma maneira geral anda desiludido com a classe política. Isso também pode ser interpretado como reflexo do julgamento do 'Mensalão do PT'. A grande divulgação do julgamento pela mídia não influiu no resultado das eleições, pois em cada cidade o eleitor quis saber  de escolher quem ele achava que cuidaria do dia a dia de sua cidade, elegendo quem achou ser o melhor candidato e reprovando quem administrou mal os problemas do município, e não com a possível queda do Palmeiras para a Segunda Divisão do Campeonato Brasileiro, como quis dizer Lula;
  • É certo que os reflexos do julgamento do 'Mensalão do PT' deverão aparecer é em 2014, quando as eleições serão realmente nacionais, mas aí a história poderá ser diferente. O que se observa nesse alto índice de não votantes é a necessidade de uma rigente reforma política e no sistema eleitoral. Hoje, o povo não sabe em quem vai votar, pois não toma conhecimento de quem é 'ficha-suja', bem como se seu candidato depois de bem votado será considerado eleito ou não. Urge que o TSE baixe normas para que os registros de candidaturas sejam definitivos. Com a ampla divulgação de todos os fatos ocorridos nas eleições deste ano, certamente muita coisa precisa mudar para 2014. Todavia, essas mudanças estão nas mãos daqueles que estão no Poder Legislativo, exatamente aqueles que têm causado repulsa no eleitorado por conta dos 'malfeitos' que praticam.

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