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6 de maio de 2012

Doações para campanhas são um 'toma lá dá ca' e têm que acabar

  • Nessa série de episódios cujo resultado é a CPMI do Cachoeira, o surgimento da Delta Construções como protagonista do enredo da 'novela' na mesma proporção do papel do 'empresário da contravenção' Carlinhos Cachoeira nos leva á reflexão de que é hora de se pensar em retirar da legislação eleitoral a possibilidade de empresas contribuírem financeiramente com campanhas eleitorais, seja fazendo doações a candidatos ou a partidos políticos. Diz um antigo ditado que em plena licidez 'ninguém dá murro em ponta de faca'. Alguém seria capaz de pensar que um empresário é capaz de fazer polpuda doação para a campanha de um candidato sem que, em caso de vitória principalmente para chefia de algum Executivo, não venha a lhe cobrar um 'ressarcimento' por conta da contribuição feita? É lógico que virá uma compensação;
  • Aí está a Delta Construções para confirmar essa premissa. Segundo dados do próprio Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a empresa quando era presidida por Fernando Cavendish fez duas doações de R$ 1 milhão e 150 mil para a campanha eleitoral à Presidência da República de 2010. Uma, foi para o PT da presidente Dilma Rousseff, outra, para o PMDB, do vice- presidente Michel Temer. Agora, tomamos conhecimento de que a Delta firmou contratos junto ao Governo Federal da ordem  de R$ 4 bilhões, tudo po conta da contratação de obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), comandado pela 'mãe' Dilma no tempo de Lula. Não houve ainda divulgação de quanto teia a Delta contribuído para campanhas de Sérgio Cabral, do PMDB, ao Governo do Estado do Rio de Janeiro, mas alem da forte amizade do governador fluminense com Fernando Cavendish, com quem Cabral fez interessantes viagens, chama a atenção os contratos da Delta com o J, cerca de R$ 1 bilhão e 500 mil, alguns sem licitação, muitos deles para prestação de serviços que nada têm a ver com engenharia civil ou arquitetura;
  • Chega-se, portanto, à conclusão que as doações de empresas a candidatos a presidente da República, governadores e prefeitos são nada menos que um 'toma lá dá cá'. Elas acabam fazendo com que que discorda da implantação do financiamento público de campanhas pense em se tona adepto desse sistema. A CPMI do Cachoeira, se não for uma show de corporativismo, com o PT, PMDB e PSDB fazendo acordos para livrar as legendas de qualquer 'respingo' que venha a surgir durante as investigações, poderá se transformar mais uma vez, como já aconteceu com outras comissões, numa tremenda CPIzza.

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