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30 de abril de 2012

Será que a CPMI do Cachoeira é mesmo pra valer? Pode ser...

  • Em artigo publicado na revista 'Época' desta semana, o jornalista Guilherme Fiuza comenta as atividades da Delta Construções relacionadas com as mais recentes revelações. No início de seu artigo, Fiuza diz: "Se Dilma não enxergou o que a Delta andou fazendo com seu governo, está correndo perigo: pode tropeçar a qualquer momento num desses sacos de dinheiro que atravessam seu caminho, rumo às obras superfaturadas do PAC". Mais adiante, Fiuza fala assim: "De posse do relatório da CGU, expondo a farra da Delta nas obras do PAC, o que fez Dilma Rousseff? Eleita presidente, assinou mais 31 contratos com a Delta";
  • Existe alguma curiosidade em relação ao que vai acontecer na CPMI do Cachoeira. Todos os dias surgem novidades relativas às ligações do poderoso 'empresário da contravenção' não só com o ex-arauto da moralidade política, senador Demóstenes Torres, mas também com a Delta Construções e seu agora ex-presidente Fernando Cavendish (como tem Fernandos metidos nessas últimas confusões e 'malfeitos' dos políticos ligados ao Governo!). O assunto do momento são as cenas da 'pajelança' ocorrida em Paris, mostrando uma forte intimidade do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, com Cavendish, que por sua vez é acusado de ser sócio oculto de Carlinhos Cachoeira em vários negócios. Por sinal, a Delta tem polpudos contratos no Estado do Rio, muitos deles inexplicavelmente obtidos sem que tenham seque realizadas licitações;
  • Em meio a tudo isso, vê-se também que a Delta Construções não atua somente no setor de obras, mas sim num amplo leque de serviços, uma espécie de 'faz tudo', desde que seja para órgãos públicos. No Rio de Janeiro, os contratos da empesa ultrapassam o total de R$ 1 bilhão e 500 mil. Cabral com certeza vai ser blindado por odem do Governo, pois é um dos queridinhos de Dilma. Mas é no Governo Federal que a Delta tem a sua maior fonte de faturamento, principalmente na execução de obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), lançado pelo ex-presidente Lula, que designou a sua então Chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, para coordenar o programa, dando a ela a designação de 'mãe do PAC', o que serviu de carro-chefe de sua campanha vitoriosa à Presidência da República, embora as tais obras andem 'emPACadas';
  • Por esta razão e com base na série de revelações surgidas sobre as relações e influência de Carlinhos Cachoeira com vários setores e integrantes do Governo, o PT apressou-se em indicar para a CPMI senadores e deputados 'fiéis' para evitar que aconteçam 'respingos' em membros do Governo durante os trabalhos da comissão. A presidente Dilma tem declarado que a CPMI não lhe diz respeito e que a mesma é assunto exclusivo do Congresso. Mas ela mente. Não fora assim não teria Lula em pleno tratamento de sua doença viajado até Brasília para se reunir com Dilma e traça estratégias a serem seguidas pelos governistas na CPMI. Para muitos, essa comissão é um jogo de cartas marcadas e, como outras, vai acabar em pizza, principalmente se pessoas próximas à presidente forem sequer ameaçadas de serem convocadas para depor. Certamente vai entrar em ação o 'rolo compressor' na grande maioria governista na composição da CPMI. Se isso não acontecer, veremos, então, que a CPMI é mesmo para valer.

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