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30 de março de 2012

Ministério 'pesca' 28 lanchas, Ideli recebe 'ajuda', mas perde eleição

Barco de Ideli 'afundou'
  • Criado pelo ex-presidente Lula, o Ministério da Pesca tem provado a cada dia sua inutilidade. Para alguma coisa o ministério serve. Foram compradas 28 lanchas, que custaram R$ 31 milhões ao Tesouro Nacional  Auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) constatou que pelo menos 23 delas nunca foram utilizadas e que, sem conservação, podem acabar virando sucata. Se foi ruim para o ministério, o negócio foi bastante rendoso para o comitê financeiro do PT de Santa Catarina. A informação está na seção Política do site do jornal 'Estado de São Paulo', acrescentando que a Intech Boating, empresa que forneceu as lanchas, fez uma doação de R$ 150 mil ao PT catarinense, atendendo a uma solicitação do ministério. O dono da firma, José Antônio Galízio Neto, explicou-se a razão da doação: “O partido era o partido do governo. A solicitação de doação veio pelo Ministério da Pesca, é óbvio. E eu não achei nada demais. Eu estava faturando R$ 23 milhões, 24 milhões, não havia nenhum tipo de irregularidade. E acho até hoje que, se precisasse fazer novamente, eu faria”;
  • O Ministério da Pesca alega que as outras lanchas estão sendo usadas, mas o relatório de auditoria do TCU não conseguiu comprovar isso, e anotou: “Não é possível precisar se as cinco estão, de fato, em atividade”. O TCU aponta indícios de direcionamento das licitações e superfaturamento. As lanchas foram adquiridas por meio de dois pregões eletrônicos. No primeiro, em 2008, foram compradas cinco, e no segundo, em 2009, o ministério passou a ter mais 23 lanchas. As lanchas começaram a ser compradas em dezembro de 2008, ainda no governo Lula, quando o ministro da Pesca era o petista catarinense Altemir Gregolin. As embarcações restantes ficaram prontas em março de 2011, já no governo de Dilma Rousseff. Quem estava à frente do ministério era petista de Santa Catarina Ideli Salvatti, agora titular da pasta das Relações Institucionais. Agora, caberá ao carioca Marcelo Crivella (PRB), decidir sobre o que fazer com as lanchas, mesmo sem saber colocar minhoca num anzol, como ele já confessou;
  • A compra das embarcações foi justificada sob a alegação de que serviriam para fiscalizar a costa brasileira e coibir a pesca ilegal, porém, pela lei, não cabe ao Ministério da Pesca exercer tais atividades, o que compete ao Comando da Marinha do Brasil, ao Ibama e às Polícias Militares dos Estados. Alegou-se que o Ministério da Pesca celebraria convênios com esses órgãos, cedendo-lhes as lanchas. Aqueles órgãos deveriam ter sido consultados previamente, para saber se tinham interesse em firmar os tais convênios, porém, aconteceu exatamente o oposto. O ministério comprou as lanchas primeiro e perguntou depois. Em face dessas 'coincidências', os ministros do TCU decidiram converter a auditoria do tribunal numa tomada de contas especial. Os responsáveis pela compra suspeita, entre eles o ex-ministro Gregolin, terão 15 dias para se explicar, e cópia da auditoria será remetida ao Ministério Público Federal;
  • No blog de Josias de Souza, o jornalista esclarece que em 2010 a ex-senadora Ideli Salvatti concorreu ao governo de Santa Catarina pelo PT, quando teve 81% de sua campanha financiada pelo diretório do PT, o mesmo que a Intech Boating, fornecedora das lanchas, ajudou a reforçar. A perder a eleição, Ideli ganhou de presente de Dilma Rousseff a cadeira de ministra da Pesca. Coube a Ideli autorizar o pagamento que faltava para liquidar a fatura das lanchas não utilizadas, cerca de R$ 5 milhões e 200 mil. Josias de Souza escreveu: "Hoje na chefia da pasta de Relações Institucionais, Ideli diz que o caso das lanchas não é o que você está pensando". Acredite se for capaz.

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