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26 de agosto de 2011

Farra com dinheiro público revolta a sociedade

Como não poderia deixar de ser, a Procuradoria Regional da República da 1ª Região (PRR-1)  vai recorrer da decisão da Justiça Federal que liberou o pagamento a servidores do Senado Federal de salários acima do teto estabelecido pela Constituição Federal para o funcionalismo público, que é o que ganham os ministros do Supremo Tribunal Federal, cujos subsídios estão fixados em R$ 26.723,13. Os tais supersalários são formados pelo acumulo de gratificações de funções e outros benefícios incorporados aos salários originais de cerca de 700 servidores do Senado. O pagamento foi suspenso pela 9ª Vara do Distrito Federal, em junho deste ano, após pedido do Ministério Público Federal no DF. O prejuízo estimado, somente no Senado, seria de R$ 11 milhões, segundo o tribunal. Em relação à administração pública federal, o TCU verificou indícios de irregularidades por parte de 1.061 servidores de 604 órgãos;

Resta saber, agora, se mais uma vez o presidente do Senado, José Sarney, vai continuar lutando para que seus auxiliares não tenham seus salários reduzidos, caso sejam obrigados a tê-los limitados. Foi dele a iniciativa de manter na folha de pagamento do Senados os autênticos 'marajás', muitos deles recebendo no final do mês importâncias superiores a até R$ 35 mil. Conforme amplamente divulgado, Sarney e outros senadores também recebem supersalários, mas de certo modo até justificáveis, por serem de fontes diferentes, embora do serviço público, diferentemente dos 'marajás' do Senado, cujos supersalários são de um mesmo órgão, não deixando dúvidas quanto à ilegitimidade do benefício;

Todas as recentes notícias sobre ganhos exorbitantes e ilegais de dinheiro dos cofres públicos por alguns privilegiados estão deixando grande parcela da sociedade revoltada, principalmente depois do veto da presidente Dilma Rousseff ao aumento dos proventos dos aposentados que recebem pensões de valor acima do salário mínimo de R$ 545,00, que são dezenas de milhões, ao contrário de um pequeno grupo que recebem altos valores, seja na boca do cofre ou 'metendo a mão' através de propinas oriundas de contratos superfaturados em diversos órgãos principalmente do Governo Federal;

As denúncias estão aí. Dilma Rousseff fala em 'faxina' principalmente de ministros envolvidos, mas fica limitada à permissão de Lula, cujos acusados foram por ele indicados para ocuparem ministérios de orçamentos volumosos. Resta saber se a presidente vai agir como espera a maioria da população ou se vai confirmar a condição de 'boneco de ventríloco que lhe foi atribuída durante a campanha de 2010. Se Lula continuar reunindo ministros em seu Instituto para traçar diretrizes do Governo, somente uma 'faxina ética' comandada por Dilma vai garantir sua candidatura à reeleição em 2014. Se quer continuar no Palácio do Planalto, é só começar a 'varrer' sem mandar o lixo para debaixo do tapete, como já aparenta estar fazendo diante da onda de denúncias que surgem todos os dias.

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