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26 de maio de 2011

Ainda a blindagem de Palocci

Palocci: a situação não cheira bem
Nesse episódio do crescimento patrimonial do ministro Antônio Palocci, o que mais causa espanto é a forma decidida com que a cúpula do PT não quer que ele seja sabatinado por qualquer comissão da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal, muito menos por uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), simples ou mista. Há uma total blindagem para proteger o ministro da Casa Civil, ao ponto de em certas hora o próprio Congresso Nacional fique paralisado, não votando absolutamente nada para que não haja nenhuma chance de Palocci ser convocado para esclarecer a multiplicação de seus bens por 20 vezes num curto espaço de tempo. Em vez de esclarecer a opinião pública sobre o fato (pode ser muito bem que seja tudo explicável), o que acontece é uma grande suspeita de que há muita coisa que não pode chegar ao conhecimento da opinião pública, em última análise aos eleitores;

Parece tão sério que até o ex-presidente Lula saiu de suas viagens e palestras bem remuneradas para se deslocar para Brasília a fim de comandar a 'tropa de choque' da base aliada do Governo para impedir que Palocci venha a ser incomodado. Tudo dá a entender que 'tem muito caroço debaixo desse angu'. Com isso, a oposição, massacrada pela maioria governista no Congresso fica à caça de fato novos, que estão surgindo a toda hora. A arrecadação do empresa de consultoria de Palocci nos dois últimos meses do ano passado, logo depois da eleição de Dilma Rousseff, é que desperta as maiores suspeitas, pois ele era coordenador da campanha da candidata de Lula, e foram nada menos que R$ 10 milhões, sem que se saiba que os contratantes tinham ou não interesses diretos junto ao Governo;

Lula, agora coordenador político de Dila, nomeado por ele mesmo, acaba de declarar: “Asseguro que o ministro Palocci está dando todas as explicações necessárias. Espero que esta questão não seja politizada (…). Quero reiterar que o ministro Palocci dará todas as explicações para os órgãos de controle, inclusive para o Ministério Público será dado nos próximos dias”. Palocci tem tido outros 'avalistas' sobre seu enriquecimento. São também experts no assunto, pois alguns deles são participantes de episódios como o Mensalão, dólares em cueca, 'aloprados' e outros fatos não muito republicanos, expressão tão usada pelos petistas. Já Dilma Rousseff, ao comentar o noticiário sobre as vantagens obtidas por uma empresa cliente de Antonio Palocci, sugeriu que a imprensa que não tratasse o assunto como caso político, dizendo: “Espero que essa não seja uma questão que seja politizada, como aconteceu ontem, com aquela questão da devolução dos impostos da empresa WTorre”;

Ninguém está proibido de ficar rico, ainda mais numa sociedade capitalista como a nossa. mas quando se trata de homens públicos, de grande poder político, não é nada mal que sejam transparentes em seus negócios, ainda mais quando filiados a um partido, no caso o PT, que passou anos dizendo ao povo que quando chegasse ao Poder, tudo seria diferente, que não seria como faziam os outros partidos. Quando o primeiro escândalo surgiu, Lula justificou dizendo que o que se fez era algo que sempre foi feito antes. Agora, quando novas suspeitas surgem, há um esforço concentrado para que nada seja esclarecido. É bom que prestem bastante atenção, pois a cada dia que passa o povo fica muito mais informado e a resposta poderá ser dada nas urnas.

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