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30 de novembro de 2010

Tem que haver também combate aos consumidores

Hoje o Rio de Janeiro comemora sua grande vitória na luta contra os traficantes de drogas que vinham dominando a Vila Cruzeiro e o Complexo do Alemão. Nos últimos dias, as ações que envolveram as polícias Civil e Militar do RJ, a Polícia Federal, a Polícia Rodoviário Federal, com apoio da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, foi o grande espetáculo assistido pelos telespectadores. Ver as bandeiras do Brasil e do Estado do Rio de Janeiro tremulando lá no alto do teleférico despertou sentimento cívico em muita gente. Como disseram algumas autoridades envolvidas nos eventos, foi uma batalha vencida, mas guerra ainda terá muitas outras. A maior preocupação agora fica por conta da continuidade das ações de repressão nas favelas dominadas pelos agentes da Lei, juntando-se a elas a inserção de ajuda social às comunidades que se livraram do domínio até então exercido pelos traficantes;

Há muita gente sugerindo inúmeras ações sociais que deverão ser implementadas nas comunidades que agora receberam o benefício da liberdade no modo de viver de cada um. Há também um elevado grau de sentimento de cidadania que os moradores passaram a usufruir, sendo o maior benefício o sagrado "direito de ir e vir". Sabe-se que outros pontos do Rio de Janeiro ainda são de certa forma dominados pelos traficantes de drogas e espera-se que as mesmas medidas tomadas no Morro do Alemão e na Vila Cruzeiro se repitam onde se fizer necessário. Além das tropas ali ficarem até a implantação de Unidades Policiais Pacificadoras (UPPs) previstas para até julho do do ano que vem, outras "tomadas de território" acontecem onde se fizerem necessárias;

Todavia, há um ponto que necessita ser observado. As toneladas de maconha apreendidas e os muitos quilos de pasta de cocaína é proporcionaram também a apreensão de dezenas de armas dos mais variados calibres e potência e os milhares de unidades de munição. Para garantir seu comércio, os traficantes precisam de armas e munição. E isso só acontece porque há quem lhes compre a mercadoria. Esses consumidores é que lhes garantem os milhões de reais de lucro e que os obriga a muitas vezes lutarem entre si para aumentá-los. Por isso é que se espera que as autoridades imponham rigorosa fiscalizam junto aos consumidores de drogas, clientes em potencial daqueles que no momento sofreram violenta queda em seus lucros, visto que os principais "silos" de suas mercadorias foram violentamente dizimados;

Não podem continuar livres, leves e soltos os consumidores, pois há uma legislação que os pune pelo uso de drogas proibidas. Há no Rio de Janeiro, por exemplo, um local mais do que conhecido de consumo de drogas - maconha em especial - que é o Posto 9 na praia de Ipanema. Lá, há uma espécie de tolerância, o que é inconcebível. Se é proibido por lei, não se pode fazer vista grossa aos consumidores num local que chegou a ser objeto de reportagem mostrando que os maconheiros se utilizavam de apitos quando algum policial se aproximada do local. E agora, por qual razão não precisam os viciados mais de seus apitos? Se for para continuar assim, melhor é que se modifique a lei e seja aceita a liberação das drogas, até porque não haverá mais necessidade de se traficar, bastando o viciado entrar numa farmácia e adquirir o "produto" de sua preferência;

Seria esse o melhor método para proteger nossa juventude dos males do consumo de drogas? Parece-nos que não.

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