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8 de outubro de 2010

Voto proporcional é um caso a ser revisto

  • Depois de cada eleição, sempre vem à tona a discussão sobre o voto proporcional, principalmente quando o eleitor toma conhecimento de que um candidato se elegeu com uma "mixaria" de votos enquanto muitos outros ficaram de fora apesar dos milhares de votos a mais recebidos. Para o eleitor é difícil entender que as pessoas votam em partidos através do voto dado aos candidatos. Na prática, não é mesmo o que ocorre. As pessoas sempre votam em pessoas. Isso pode ser observado no número de votos na legenda, onde a maioria ocorre por erro do eleitor ao digitar o número de um candidato a deputado federal, deputado estadual ou vereador. Essa história de Quociente Eleitoral e Quociente Partidário não entra na cabeça até da maioria dos candidatos;
  • No Rio de Janeiro esta constatação é gritante para a maioria dos eleitores. O candidato a deputado federal eleito menos votado foi o ex-BBB Jean Wyllys, do PSOL, que obteve apenas 13.018 votos, levado pela expressiva votação de Chico Alencar, que alcançou 240.352 votos, ficando de fora o atual deputado Nelson Bornier (PMDB), com 72.352 votos e mais outros 58 candidatos com mais votos que Jean. Também para deputado estadual o mesmo ocorreu. Janira Rocha, do mesmo PSOL, vai para a Assembleia Legislativa com apenas 6.442 votos, graças à votação de Marcelo Freixo, que chegou aos 177.253 votos. Logo atrás de Janira, sem se eleger, aparece Resenverg Reis (PMDB), que obteve 38.059 votos, além de outros 135 candidatos com mais votos que ela;
  • Já houve o episódio da eleição do folclórico Enéas (Prona), com mais de 1 milhão e 500 mil votos,  proporcionando que um médico do Rio de Janeiro chegasse à Câmara dos Deputados com pouco mais de 200 votos. Isso mesmo. Duzentos míseros votos. Tudo por causa da famigerada votação proporcional. Que esse doutor representava São Paulo no Congresso Nacional? Essas aberrações servem para constatar que o sistema precisa ser reavaliado e modificado. É mais do que certo que o eleitor não vota em partido e sim em candidatos. Existem várias propostas em tramitação no Congresso Nacional, como é o caso polêmico das tais listas fechadas dos partidos, que certamente provocariam a formação de "panelinhas" de candidatos com prestígio nas cúpulas partidárias, bem como dando chances para acertos não muito honestos para garantir nomes nas listas. Talvez fosse melhor a votação majoritária, ou seja, os mais votados seriam os eleitos;
  • Há um projeto apelidado de "distritão" que estabelece o voto majoritário para as casas legislativas e que estabelece que o primeiro suplente é o que tiver ficado imediatamente de fora, seja de qual partido for. Esse é um assunto a ser pensado e debatido para que candidatos como Jean não sejam alçados à condição de representantes do povo que não os escolheu para isso, o que se comprova com as inexpressivas votações que obtiveram.

3 comentários:

  1. Ola Airton, gostaria de parabenizar atraves do seu blog ao Jean Willys que conheci atraves desse programa BBB. Ele e um garoto integro e inteligentissimo. Merece o cargo mais do que muitos que foram eleitos. Espero que ele brilhe bastante nesse novo Congresso que se aproxima e que tenha bastante sucesso. Esse merece nota dez. Abracos, amigo.

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  2. Que fique bem claro: esta postagem não tem nada contra Jean e sim contra o sistema de votação que o elegeu. Só através do exercício do mandato dele é que veremos se valeu ele ir para Brasília. Torço para que não decepcione.
    Romário, por exemplo, outra celebridade, tem tudo para ser um bom parlamentar em face da inteligência que demonstra hoje fora de campo, onde foi um gênio. Tem tudo para surpreender muita gente que anda comparando sua eleição à de Tiririca. Nada a vr.

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  3. Pois é meu amigo, este é mais uma causa que devemos lutar.
    Porém o mais importante agora é deixar que Serra trabalhe para modificar o país e fazer as reformas necessários, retirando a tropa de assalto que se instalou em Brasilia.
    Mas aposto que, grande parte dos deputados eleitos pela forma exposta, não seriam nunca eleitos por apelo popular. Então porque devem estar lá?

    Grande abraço
    André R.
    www.transparenciapolitica.blogspot.com

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