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8 de setembro de 2010

Quebra de sigilo é somente 'baixaria', Lula?

Para Lula, denúncia sobre quebra de sigilo é 'baixaria'? Pelo menos foi isso o que ele disse no programa eleitoral de TV da candidata  Dilma Rousseff (PT), quando Lula reagiu às denúncia de José Serra (PSDB) sobre a violação do sigilo de pessoas ligadas ao seu partido. Durante cerca de dois minutos, Lula chamou Serra de "candidato da turma do contra" e o acusou de "partir para os ataques pessoais e para a baixaria". Impressionante é que o presidente não se referiu à vulnerabilidade do sistema da Receita, admitida pelo secretário-geral Otacílio Cartaxo, e muito menos às declarações do ministro da Fazenda, Guido Mantega, ao afirmar de que as violações de sigilo fiscal são "frequentes";

Como consequencia das declarações de Lula, José Serra cancelou viagem que faria hoje para Corumbá (MS), onde faria uma gravação na fronteira. Serra optou por gravar uma resposta ao depoimento de Lula a favor de Dilma no horário destinado ao PT ontem (terça-feira). O texto da resposta de Serra a Lula deverá ser exibido amanhã (quinta-feira). É estranho que Lula insista em desconhecer o que a própria Receita Federal vem confirmando, que são as dezenas de invasões aos dados fiscais de muita gente, não sem coincidência atingindo várias pessoas ligadas ao PSDB, partido de Serra, e até da filha do candidato tucano, Verônica Serra, comprovadamente realizadas por pessoas filiadas ao partido de Lula e Dilma;

Independentemente de qual seja o resultado da eleição presidencial, não há porque o Governo Federal não desde já imediatas providências para o fim das "frequentes" invasões de sigilos, como diz Mantega, acabando de uma vez por todas com a vulnerabilidade do sistema de dados da Receita Federal, como admitiu o secretário-geral daquele órgão, Otacílio Cartaxo. Não dá para o episódio servir como carro-chefe da campanha de um candidato nem para o Chefe do Poder Executivo ficar minimizando o episódio, até com deboche, pois tudo deixa os contribuintes à mercê de utilização de seus dados para os mais diversos fins, sempre contrários aos interesses da sociedade. Mas já houve uma "providência": o prazo para a apuração rigorosa do fato foi dilatado e só termina depois das eleições. Mas que coincidência!

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