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13 de setembro de 2010

Que saudades do Itamar…

  • Para início da semana, é muito bom ler o artigo de Carlos Chagas publicado hoje no site Tribuna da Imprensa, para que sirva de comparação entre o comportamento de um Presidente da República em relação àqueles que o sucederam.  Certamente, se Minas Gerais mandar Itamar Franco para o Senado, como parece que vai acontecer, aquela Casa Legislativa, que ultimamente não tem servido de nada, estará com um ambiente interno bem melhor. Há, realmente, uma grande diferença entre Itamar e seus sucessores. Eis a seguir o artigo de Carlos Chagas:
Mais do que nunca, a hora é de saudosismo explícito. Que saudades do Itamar, aquele que à primeira  denúncia de irregularidades e trapalhadas em seu pano de fundo, em poucas horas demitia  ministros, altos assessores e auxiliares de todo nível, supostamente implicados em acusações.  Deixava  a porta aberta  para o retorno, recomendando que fossem defender-se como  cidadãos comuns e, provada inocência, retornariam com tapete vermelho.

Aconteceu até com seu chefe da Casa Civil,  o  todo-poderoso  Henrique Hargreaves, que por sinal voltou,  meses depois de uma acusação falsa. Muitos outros, porém, tomaram o rumo do esquecimento, restando  a  lembrança de um presidente da República inflexível na defesa da coisa pública. Itamar Franco inscreveu-se na galeria daqueles governantes que, ao assumir, trocaram a complacência pela ética.

No correr dos  oito anos da administração  Lula  não  tem sido  assim. Em muitos casos os suspeitos acabaram defenestrados,  sempre pela evidência de suas participações em ilícitos maiores e menores, jamais pela iniciativa do chefe. A prática do primeiro-companheiro tem sido invariavelmente de abrir as asas e abrigar pelo tempo que for possível  seus bons e maus colaboradores. Baseia-se no  simples  fato de terem sido escolhidos para trabalhar com ele.  Imagina-os imunes às tentações do uso do poder apenas por supô-los dignos de sua escolha.

É só mais um, esse caso do fim-de-semana envolvendo denúncias contra a chefe da Casa Civil, Erenice Guerra, e um de seus filhos, acusados de lobby, tráfico de influência e intermediação de contratos públicos em troca de propina.

Jamais se poderá considerá-los culpados antes de completa elucidação dos fatos.  Pode tratar-se de calúnia, baixa manobra eleitoral, erro ou engano, mas na medida em que a sucessora de Dilma Rousseff permanecer no cargo, quaisquer  provas de culpabilidade atingirão na moleira  o presidente  da República. Engrossarão  o rol onde se encontram José Dirceu, Antônio Palocci, Luiz Gushiken, José Genoíno, Delúbio  Soares, os demais mensaleiros, mais os  aloprados de São Paulo e quantos outros?

Vale repetir,  que saudades do Itamar…

Um comentário:

  1. É, o Itamar era um chato ranzinza, mas era sério e direito!

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