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20 de agosto de 2010

Explicando demais

O site ucho.info publica hoje artigo que traz ao conhecimento público algo sobre a saúde da candidata do PT, Dilma Rousseff, colocando dúvidas sobre a doença dela, um câncer linfático, anunciado como tendo sido curado e que a tinha levado a fazer quimioterapia, ao ponto de ser obrigada a se utilizar de uma peruca face à queda de seu cabelo provocada pelo tratamento. No recente debate feito pelo portal UOL, um jornalista a questionou sobre sua saúde com ela respondendo estar bem, mas curiosamente alterando sua agenda do dia seguinte e indo fazer exames no Hospital Sírio-Libanês. A seguir, a íntegra da matéria:


Explicações repentinas sobre a saúde de Dilma Rousseff causam estranheza


Quando, em 2009, foi divulgado que a então ministra Dilma Rousseff padecia de câncer linfático, o ucho.info afirmou, logo de início, que se tratava de assunto exclusivamente pessoal e que seria uma irresponsabilidade atroz utilizá-lo politicamente. Naquele momento nossa opinião, que se mantém intacta, se referia tanto à candidata quanto aos seus adversários. Não demorou muito e a revista Veja, que muitos garantem ser tucana, trouxe uma matéria que na capa mereceu o título “A candidata e o câncer”.


No debate online Folha/UOL, realizado na quarta-feira (18), um jornalista perguntou à candidata petista sobre o seu estado de saúde. Como se tivesse à disposição uma bola de cristal, Dilma Rousseff afirmou que está curada e que os brasileiros podem ficar tranquilos. Muito estranhamente, a presidenciável petista desembarcou no Hospital Sírio-Libanês na quinta-feira (19) para realizar exames anunciados como de rotina. E por meio de boletim a equipe médica informou que o estado de saúde da candidata é “excelente”.


Semanas atrás, durante encontro com médicos, o editor do ucho.info ouviu de dois deles a seguinte afirmação: “O próximo presidente será o Michel Temer [candidato a vice na chapa de Dilma]”. Um dos médicos integrou a equipe que atendeu a ex-ministra em 2009. Como já noticiamos inúmeras vezes, um tratamento contra qualquer tipo de câncer, que exija quimioterapia ou intervenção cirúrgica, não é um assunto que termina após a alta médica. Sempre lembrando que mesmo curado o paciente jamais retoma a normalidade da vida anterior ao problema.


Não se trata de especular com um assunto que continuamos a afirmar que é pessoal, mas é importante destacar que trata-se de uma história cujas peças não se encaixam. Fora isso, em nenhum país minimamente responsável alguém sofrendo de câncer ou sob tratamento médico é lançado como candidato à presidência. E a explicação está no vice-presidente José Alencar, que há anos luta contra um câncer abdominal. Por mais que a força e a disposição de José Alencar sejam grandes e invejáveis, fosse ele o presidente o Brasil estaria politicamente à deriva.


Diante de todos os fatos, não custa lembrar aos protagonistas da disputa presidencial que os brasileiros não estão dispostos a enfrentar “Tancredo Neves, o retorno”.

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