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4 de agosto de 2009

Senado vive seu dia mais ridículo

  • A cena mais ridícula dos últimos tempos vista no Senado foi, sem dúvida, ver-se os dentes trincados de Fernando Collor defendendo José Sarney, seu novo amigo de infância, dos ataques do senador Pedro Simon, a quem mandou engolir e digerir as palavras que havia pronunciado nas quais citava o nome do ex-presidente. Logo Collor, aquele que fez campanha eleitoral em 1989 chamando Sarney de ladrão e outras coisas mais. E naquele tampo não se sabia tanta coisa do senador do Amapá/Maranhão e seus familiares como se sabe hoje;
  • Além do bate-boca geral, o que também chamou a atenção foi Renan Calheiros soltar um balão no ar dando a entender que Pedro Simon teria alguma coisa errada a ser trazida ao conhecimento do distinto público. E logo o senador gaúcho, que é tido e havido com um dos senadores "puros", com currículo e não "folha corrida". E tem outras coisas no ar, dentre elas a ameaça do PMDB pedir a cassação de Arthur Virgílio, já que o PSDB também pede a cassação de Sarney, isso aí parecendo chantagem. Arthur Virgílio estranhamente não entrou no "balaio" de ontem, mas não se sabe se por medo ou estratégia;
  • Amanhã começa a funcionar o Conselho de Ética do Senado [vide charge de Ivan Cabral], com pelo menos 70% dos membros sendo alvo de inquéritos autorizados pelo Supremo Tribunal Federal, e sob a presidência do subsuplente de Sérgio Cabral, o longevo Paulo Duque, que tem o poder de mandar arquivar todos os pedidos de cassação de Sarney e dar andamento a um único que haja de solicitação para por fim ao mandato de Virgílio, pois a maioria do Conselho é composta de integrantes da "base aliada" de Lula, na proporção de oito a três componentes;
  • Nota-se, portanto, que o que menos vai acontecer nos últimos dias naquela Casa será a discussão e votação de projetos de interesse do País, mas sim uma luta pela manutenção do Poder e a garantia do apoio de parte considerável do PMDB à candidatura da senhora apoiada por Lula à sua sucessão;
  • A cada dia que passa observa-se que o Senado Federal comprova ser hoje uma Casa que nada tem a ver com seu passado, quando grandes nomes da política nacional ali chegavam como verdadeiros ícones, tanto na mais pura democracia como em momentos de regime ditatorial. Hoje, no entanto, o Senado está sendo comandado por um "timaço" - Sarney, Renan Calheiros, Collor, Wellington Salgado, Almeida Lima etc. - que nenhuma relação tem com sua história;
  • Isso nos leva mais uma vez a perguntar: qual a utilidade que tem hoje o Senado Federal?

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